Gilles Marini, ator francês que fez furor no filme «Sexo e a cidade» e na série de televisão «Irmãos e irmãs», é a mais recente vítima de assédio a admiti-lo, na sequência do escândalo que já envolve nomes como Harvey Weinstein, Brett Ratner, Kevin Spacey, Dustin Hoffman e Jeremy Piven. Depois de ter surgido nu ao lado de Samantha Jones, a fogosa personagem interpretada pela atriz Kim Cattrall, o interesse aumentou.

«Transformei-me num pedaço de carne para muitos executivos de Hollywood», confessou em entrevista à revista People, garantindo que teve abordagens e propostas de «gente extremamente poderosa» do ator, que defende que, para os homens, é mais difícil trazer a questão a público. «Não tenho visto muitos a usar a hashtag #MeToo [que tem sido utilizada pelas vítimas de assédio sexual nas redes sociais]», desabafa.

«A razão para isso é o estigma. É uma vergonha. [Os homens] sentem que perderam a masculinidade», diz Gilles Marini. «Nunca se ouvirá [muito] que um jovem adulto foi violado, tocado ou assediado sexualmente, mas essas pessoas existem», afiança o ator. Em relação aos comportamentos impróprios de que foi alvo por parte de grandes nomes de Hollywood, é perentório. «Foram muitas as vezes», confidencia.

«Houve mulheres e também houve muitos homens. Muitos deles nunca assumirão [que são homossexuais] e é triste», considera o francês de 41 anos, que quando o filme saiu, em 2008, tinha acabado de fazer 31 anos. «Quando violas alguém, o único sítio para onde deves ir é a cadeia», defende o também modelo, um dos concorrentes da versão norte-americana do programa «Dança com as estrelas».

Texto: Luis Batista Gonçalves