Há muito que aquele que é o maior e mais visto festival de canções do mundo não vive só de música. Nas últimas décadas, a apresentação cénica e os visuais dos artistas assumiram uma importância crescente que, nalguns casos, chega a ser decisiva. Este ano, a avaliar pelas imagens dos primeiros ensaios, o Festival Eurovisão da Canção promete voltar a ser um desfile de estilo, elegância e muita provocação estética.
A extravagante indumentária verde criada pelo estilista Luís Carvalho para Conan Osíris tem sido alvo de (muitas) críticas mas o representante português está longe de ser o único a surpreender pela ousadia. Hatari, o polémico grupo que representa a Islândia, sobe ao palco com um look de cabedal preto com correntes e fivelas, inspirado no dos rituais sadomasoquistas, para interpretar o apocalítico "Hatrio mun sigra".
Roko, representante da Croácia, vai usar umas asas de anjo douradas para cantar "The dream", uma opção que também tem sido muito criticada, até porque está longe de ser inédita. Na fase de apuramento, o cantor de 19 anos preferiu umas brancas.
Nas mulheres, sensualidade é a palavra de ordem. Anna Odobescu da Moldávia, Kate Miller-Heidke da Austrália e Katerine Duska da Grécia apostam nos tules em tons claros e nas transparências reveladoras, muitas delas com decotes provocadores.
A mais ousada é, todavia, Tamta, representante do Chipre. A sensual cantora de 38 anos, que tem a ambição de superar a antecessora, Eleni Foureira que ficou em segundo lugar em 2018 em Lisboa com "Fuego", interpreta "Replay" com um body dourado. Uma das mais elegantes é, no entanto, Nevena Bozovic, a representante sérvia de 24 anos, que se apresenta em palco com um vestido com uma grande racha para cantar "Kruna".
As Tulia, representantes da Polónia, admiradoras confessas do português Conan Osíris, interpretam "Fire of love (Pali sie)", uma canção com uma sonoridade folk, vestindo trajes tradicionais do seu país, promovendo o estilo estético da região de Opoczno. À semelhança da primeira participação no festival, Joci Pápai da Hungria, de origem cigana, também aposta nos elementos étnicos, como pode comprovar de seguida.
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