O Turismo de Marrocos quer atrair mais visitantes para o norte do país e os portugueses, pela proximidade geográfica e pela herança histórica e arquitetónica que lá deixaram aquando das conquistas do século XV, são uma das nacionalidades em que mais apostam para o conseguir. "A clientela portuguesa é muito importante, para todo o país", confirmou ao Modern Life/SAPO Lifestyle Lamia Boutaleb, secretária de estado do turismo.
"Em Saïdia, mais de metade dos turistas são portugueses", sublinhou a governante, à margem da primeira edição da Bolsa Regional de Turismo Tanger-Tétouan-Al Hoceima, um evento que contou com uma dezena de operadores turísticos nacionais e que serviu para apresentar as (novas) vantagens competitivas da região e também para debater as fragilidades que (ainda) dificultam o desenvolvimento turístico da zona.
"Para trazer mais portugueses para cá, há uma coisa que temos de fazer, que é melhorar as ligações aéreas. Temos falado com a TAP e continuamos em conversações para aumentar o número de voos para Marrocos e também para esta região, que está aqui mesmo ao lado e que oferece aos portugueses um produto que é completamente diferente daquilo que eles têm. As perspetivas são muito positivas", garante Lamia Boutaleb.
"É verdade que o aeroporto de Lisboa está, hoje em dia, bastante saturado mas estamos a trabalhar com a TAP em novas capacidades noutros sítios", afirma a governante marroquina, que também tem mantido conversações com o seu homólogo nacional. "Temos trabalhado com a Secretaria de Estado do Turismo para criar ofertas combinadas de Portugal e Marrocos para o mercado asiático e para o mercado chinês", revela.
A seguir aos espanhóis, que estão a 40 minutos de ferry na ligação Tarifa-Tânger, os turistas que mais visitam o norte de Marrocos são oriundos da França, do Médio Oriente, dos EUA, da China e da Alemanha. Os portugueses continuam a preferir Marraquexe, Saïdia e Agadir. "Os números [de visitantes nacionais] estão estáveis mas estamos a trabalhar no sentido de os aumentar", garante a secretária de estado do turismo do país.
"Os portugueses estão a vir muito em city break para descobrir Tânger, Xexuão [Chefchaouen] e Marraquexe e agora, com o TGV, que vai colocar Casablanca a uma hora e meia de Tânger [a partir de 2019], vamos ter também um maior número de excursionistas portugueses", acredita Lamia Boutaleb. Além das novas ligações ferroviárias e viárias, a região conta ainda com um novo porto e com novas unidades hoteleiras.
"Estamos a trabalhar num programa de formação de quadros marroquinos em Portugal para facilitar as operações dos nossos operadores turísticos, que passariam assim a falar português e a estar mais por dentro dos hábitos de consumo dos portugueses", afirma a governante marroquina. Com uma capacidade de 22.500 camas, 14.000 em Tânger e 8.500 espalhadas, a região terminou o ano de 2017 com 1,24 milhões de dormidas.
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