O Okapi é uma espécie em perigo de extinção oriunda da floresta equatorial da República Democrática do Congo. O seu parentesco com a girafa é muito visível e ambas pertencem à família Giraffidae. Tem um pescoço longo, orelhas grandes e eretas e a sua língua preênsil é tão comprida, que é utilizada para limpar os próprios olhos, sobrancelhas e orelhas. O padrão da garupa e dos membros aproxima-o da Zebra, mas não o suficiente pois continua a ser o Okapi, a Girafa da Floresta.

Protegido pela floresta densa e pelo comportamento esquivo, o tímido Okapi é difícil de observar na Natureza, mesmo com os seus 2 metros de comprimento e perto de 300 kg de peso. A pelagem é castanha, composta por pelo muito suave e oleoso para que a água da chuva deslize até ao solo, permitindo-lhe manter-se seco mesmo nas alturas mais chuvosas da floresta equatorial africana. As exuberantes riscas negras e brancas são uma excelente camuflagem neste tipo de habitat, dificultando ser detetado já que se confunde com os raios de luz penetrantes por entre a vegetação.

A relação familiar

O Okapi, tal como a Girafa, utiliza o olfato para localizar indivíduos do sexo oposto com objetivo de acasalar. No habitat natural, uma fêmea pode gerar uma cria de agosto a outubro, na época das chuvas em que a floresta é rica em vegetação tenra. Isto, depois de um período de gestação de aproximadamente 14 a 16 meses. O investimento da progenitora nas crias é grande, além do longo período de gestação - superior a 1 ano - o período de amamentação pode ir até aos 9 meses.

Mãe e cria comunicam vocalmente através de chamamentos descritos como uma leve tosse e balidos, audíveis ao Homem. A progenitora dedica-se à proteção da sua cria com afinco, escondendo-a na floresta durante as primeiras semanas de vida. O seu instinto de sobrevivência revela-se logo desde o seu nascimento. São capazes de se levantar e andar cerca de 30 minutos após o parto e não defecam até pelo menos às 4 semanas de idade, sendo esta uma estratégia para evitar a sua deteção por predadores através do cheiro.

Espécie em perigo conta com a ajuda do Zoo

A espécie encontra-se em perigo de extinção devido à perda de habitat, consequência da atividade humana que se faz agora sentir sobretudo por conflitos armados na região. Estes conflitos impedem as ações de conservação, inviabilizam o acompanhamento e a segurança da floresta e intensificam atividades como a desflorestação para exploração mineira e madeireira, bem como a caça, tanto desportiva como para a obtenção da pele e da carne. Pensa-se que estará atualmente extinto no Uganda, onde habitava a floresta de Semliki.

O papel do Jardim Zoológico é muito importante para a conservação da espécie, alberga Okapis desde 2005 numa instalação criada de raiz para o efeito. O “Refúgio dos Okapis” foi pensado ao pormenor para o bem-estar da espécie. Existe um rigoroso controlo de humidade e de temperatura no interior e, na zona exterior, os desníveis estão de acordo com as suas necessidades.

Visite o Jardim Zoológico e contribua também para a conservação desta espécie através da morada mais selvagem de Lisboa.