E se, de repente, um desconhecido lhe pedir para fazer sexo? Mais do que um impulso, é dogging! Ter relações sexuais em locais públicos com pessoas que nunca se viu antes, sem se importar com outras pessoas a assistir, é uma prática que tem vindo a aumentar em vários países. "É a nova moda em Espanha", garante mesmo a Revista Zero num novo artigo online. As discotecas e os parques urbanos são dos locais mais procurados.
"As pessoas vão a espaços onde sabem ou desconfiam que isso acontece e concordam em ter relações sexuais com outras com a condição de não se voltarem a ver. Muitos deles nem sequer trocam uma palavra durante o ato", explicou ao Modern Life Pedro Cardoso, um português residente em Madrid que costuma frequentar um parque urbano no centro da capital espanhola onde são comuns este tipo de práticas.
"A partir do momento em que o sol de põe, começa o corropio. Onde eu vou, são mais homens, mas também já lá vi mulheres e casais. Elas, geralmente, vão com os companheiros e envolvem-se em cenas a três ou até mais. À noite, como o espaço, além de ser ligeiramente isolado, é mal iluminado e há muitas árvores, se não fizermos grande barulho, não corremos grandes riscos de atrair atenções", garante Pedro Cardoso.
Portugueses preferem as praias
Em Portugal, nas praias mais isoladas que frequentava, em várias regiões do país, Mário Pereira também assistiu a cenas assim. "Casais que começavam a ter sexo nas proximidades de um outro homem, geralmente, acabando os três num trio no areal. Uma vez, também tive uma abordagem dessas numa praia nos arredores das Caldas da Rainha, onde vivia na altura, mas não embarquei", confessa este adepto do dogging.
"Uma vez, numa praia da linha de Cascais, no fim da primavera, comecei a trocar olhares com um tipo. A dada altura, ele afastou-se, mas sempre a olhar para traz. Eu segui-o. Acabámos num túnel que dá acesso ao areal a masturbar-nos. Por pouco, não fomos apanhados, o que tornou a coisa ainda mais excitante. Depois, foi cada um para seu lado. Nunca mais o vi por lá. Não faço a mínima do nome dele", conta David Dias.
Elas têm mais pudor em falar no assunto
Apesar deles o assumirem mais, elas também o fazem. "Sim, já tive relações sexuais casuais num local público, num festival de verão, com um outro casal a ver, mas não quero falar sobre isso", limita-se a dizer Carina Fonseca, uma assistente administrativa que assume, no entanto, nunca ter ouvido a palavra dogging. Originária do Reino Unido, onde este movimento sexual agora em voga surgiu, tem uma explicação própria.
"As pessoas que participavam [nestas práticas inicialmente] usavam o pretexto de irem passear o cão [dog em inglês] para frequentar os espaços públicos [onde sabiam que o dogging acontecia]. A faixa etária dos participantes vai dos 17 aos 70 anos e é permitido que qualquer pessoa possa participar no festim. Os doggers descrevem-se como indivíduos livres e exibicionistas", (d)escreve ainda a publicação espanhola.
Pedro Cardoso, Mário Pereira, David Dias e Catarina Fonseca concordam com a descrição. "Muitos [desses indivíduos] são voyeurs e são casados. Há casais que aproveitam para fazer trocas", refere a revista, que também aponta as regras a seguir. "Há recomendações básicas para os doggers. Não levar objetos de valor nem nenhum documento ou aspeto distintivo que permita identificá-los", informa a publicação espanhola.
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