Compostas por conjuntos de árvores e arbustos de várias espécies, podem surgir de forma espontânea ou serem plantadas deliberadamente. Para além de servirem para compartimentar áreas e limitar propriedades agrícolas, são também utilizadas para bordejar elementos da paisagem rural, como as linhas de água e os caminhos. Muitas surpreendem, contudo, pelas formas que ostentam enquanto elemento estruturante e ornamental em jardins e parques. No caso das sebes de compartimentação, de acordo com os professores Caldeira Cabral e Ribeiro Telles, no livro «A Árvore», encontramos na paisagem rural portuguesa as seguintes:

- Sebes de montanha

Este tipo de sebes é caracterizado por uma grande transparência, indispensável para garantir a drenagem atmosférica, permitindo sempre o bom escoamento do ar (geada branca). É também marcado por uma irregularidade da crista da sebe, que aumenta extraordinariamente a rugosidade e, portanto, a eficácia da proteção do vento. Têm ainda a particularidade de serem constituídas por espécies da orla da mata.

- Sebes de oliveiras

Denominada Olea europaea var. europaea, trata-se de uma sebe com uma fiada simples ou dupla, situada nos extremos de propriedades ou a ladear caminhos.

- Sebes de loureiros

Trata-se de sebes plantadas sobre os socalcos a delimitar campos, mais ou menos talhadas e constituídas apenas por loureiros. As sebes de Laurus nobilis encontram-se essencialmente na região litoral de Sintra (Azóia) e na região de Pombal.

- Sebes de cana

Estas sebes são constituídas por arundo donax em três tipos. Existem as de sebe larga (com mais de cinco metros) em que as canas são cortadas todos os anos em janeiro ou fevereiro, ficando a terra desprotegida durante um ou dois meses, numa altura do ano em que há, com frequência, excesso de água e em que se pretende um aquecimento rápido do solo, como sucede em fevereiro ou março), sendo de desejar esse efeito. Além dessa, existem também a sebe estreita (com cerca de um metro), onde nunca se faz o corte total.

As canas são apertadas a meio com canas atravessadas e atadas com arame (do tipo dos fardos de palha). Estas são sebes permanentes, bastante permeáveis e razoavelmente elásticas. Muito usadas nas hortas da região saloia. Além dessas duas, existe ainda a sebe morta, usada como sebe de proteção do solo, mas muito trabalhosa. A sua concorrência nutritiva é nula. São, sobretudo, usadas na proteção da vinha de Colares, na zona mais rural do concelho de Sintra.

Veja na página seguinte: Sebes muito comuns na região de Braga e da Lezíria do Tejo

- Sebes de várzea

Na Lezíria do Tejo, ladeiam valas e são constituídas por salgueiros, freixos, choupos e vegetação marginal. Protegem a lezíria dos ventos e criam uma boa defesa do campo contra o prejuízo das cheias. Na zona do Mondego, além da compartimentação principal, aparece uma outra, secundária, constituída por vimeiros (Salix viminalis), de grande eficácia protetora no verão, ocupando muito pouco espaço e fornecendo um produto valioso, os vimes.

- Sebes de uveiras

Os campos são orlados de árvores (cerejeiras, carvalhos e choupos, por exemplo) em que as videiras trepam por elas. Concretiza-se, assim, a máxima utilidade e/ou abrigo, com produção de vinho e transpiração intensa no verão. São muito comuns na região de Braga.