Um dos factos mais perturbadores para as pessoas mais renitentes em abrir as portas da mente a novas ideias, é o caso de médiuns em transe darem informações de pessoas já falecidas que dizem ir voltar a nascer (reencarnar) para recomeçar uma nova vida.

Se outrora a reencarnação (a acção de voltar a um corpo de carne) era uma crença, hoje em dia ela afigura-se uma realidade indesmentível, comprovada nos laboratórios de psicologia, nas pesquisas científicas efectuadas um pouco por todo o lado.

O caso de seres que informam antes de nascer, por intermédio de médiuns (pessoas com capacidade para percepcionar o mundo extra-físico, o mundo espiritual) que irão voltar com esta ou aquela característica, nesta ou naquela família, são factos que não encontram uma explicação mais lógica, racional e aceitável do que a teoria da reencarnação.

Dos muitos casos existentes no mundo iremos abordar um que foi pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas (IBPP), liderado pelo conhecido Engº Hernâni Guimarães Andrade, uma referência mundial no campo da pesquisa paranormal. O caso Jacira / Ronaldo vem descrito no livro «Reencarnação no Brasil», editado pela editora Pensamento, tendo sido investigado em 1973 e abrange recordações de uma garota (Jacira) desde o seu 1º ano de idade e nascida a 31 de Outubro de 1956. Curiosamente os pais de Jacira eram católicos (não acreditavam na reencarnação).

Ronaldo Barroso (irmão de Marta Munhoz – mãe de Jacira) suicidara-se com 28 anos, por envenenamento com formicida dissolvido em Guaraná. Cinco anos depois, Marta, irmã de Ronaldo começa a pensar muito no irmão falecido e a ter pesadelos com ele. Recorre a um Centro Espírita, onde Ronaldo se manifesta dizendo que vai voltar e que seria no seu lar.

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Seres espirituais afirmam, através de médiuns que vão voltar à vida corporal, o que depois se confirma

«Tudo o que eu pegava para comer parecia estar contaminado pelo formicida.» dizia Marta quando estava grávida. Após o parto o gosto e o cheiro a formicida, irritação da boca e do tubo digestivo, sensação de ardor provocada pelos alimentos, vómitos fétidos, desmaios, desapareceram como que por encanto.

O guia espiritual, no Centro Espírita, informou Marta que estava grávida antes que ela soubesse disso, informando também que seria uma menina e que era Ronaldo que voltava.

Jacira nasce e em criança era “Maria rapaz”, vestia-se à rapaz e não queria adornos femininos, nunca namorara até aos 17 anos nem se preocupava com isso. Era estrábica duplamente, em pequena (defeito que se corrigiu espontaneamente); Ronaldo também sofrera de estrabismo duplo. Jacira era muito precoce. Com 11 meses diz à mãe: «Você era minha irmã. Como é que agora é minha mãe? E aquela minha outra mãe que mora em Lins? Como é que ela é minha avó agora se ela era minha mãe antes?». Dos 11 meses aos 4 anos de idade teve muitas recordações da vida anterior. Com a puberdade esqueceu tudo. Tinha aversão a líquidos vermelhos e dizia: «Põe isso para lá que eu não quero tomar este veneno». Quando D. Marta fazia groselha ela dizia: «Vocês podem morrer; eu não quero morrer». Se a obrigassem a tomar o refresco ela imediatamente vomitava-o.

Desde um ano de idade que tinha aversão à fotografia de Ronaldo, dizendo: «Tire isso para lá, leva isso para lá.» Quando via as lembranças da missa de 7º dia da morte de Ronaldo (uns papelinhos) rasgava-os dizendo: «P’ra quê!? Eu não morri! Para quê está isto aqui?»

Com ano e meio lembra-se de um episódio em que uma vaca fugira pondo as pessoas em perigo: «Mãe, a senhora lembra daquela vez que a vaca quis pegar-nos e o João correu, nos agarrou e nos jogou para dentro?»

Com 2,5 anos recordava-se do seu tio João (irmão mais velho de Ronaldo) ter caído num açude: «A senhora se lembra quando o tio João caiu dentro do açude, molhou-se todo e deu trabalho para tirá-lo?»

Entre os 3 e os 4 anos lembrou-se do seu suicídio e chorava muito: «Por quê eu fui fazer o que fiz? Eu contei à Juraci e disse que se ela falasse eu ficaria de mal com ela. Se eu tivesse conversado com o pai, não teria feito o que fiz!» Depois de D. Marta lhe perguntar o que ela tinha feito, ela respondeu: «Eu bebi daquela água vermelha!»

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A Reencarnação afigura-se uma realidade indesmentível, comprovada nos laboratórios de psicologia, nas pesquisas científicas efectuadas um pouco por todo o lado

Jacira mostrava grande predilecção pelo nome Alice, que curiosamente fora o nome da noiva de Ronaldo. Entre os 3 e os 4 anos de idade Jacira chorou ao saber que a ex-noiva de Ronaldo se iria casar. Conta D. Marta: «Ela estava ouvindo a conversa. Minha mãe contou-me que a Alice ia casar-se...Ela, Jacira, estava tomando o leite e nem acabou. Deitou na cama e começou a chorar. Minha mãe perguntou por que ela estava chorando e eu disse que não sabia...Quando minha mãe foi embora perguntei porque ela estava chorando, respondendo Jacira:

- Mas ela não tinha que casar! Marta perguntou quem não tinha de casar e ela responde: A Alice; ela tinha que me esperar! Marta perguntou por que tinha de esperar por ela e ela respondeu: Ué! Nós não éramos noivos? Ela tinha que me esperar!»

Somos de opinião que há suficiente evidência de que Ronaldo renasceu como Jacira, conclui o Engº Hernâni G. Andrade.

Bibliografia:

O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
Você e a Reencarnação, Hernâni Guimarães Andrade, 1ª ed., Bauru, São Paulo, CEAC- Editora, 2002, Brasil
- Morte, uma Luz no Fim do Túnel, 1ª Ed.; São Paulo: FE, 1999, Brasil
- Reencarnação no Brasil. 1ª Ed.; São Paulo: Casa Editora “O Clarim “, 1988, Brasil
Renasceu por Amor, 2ª Ed.; São Paulo: FE, 1995, Brasil
Morte, Renascimento, Evolução, 9ª Ed.; São Paulo: Editora Pensamento, 1993, Brasil
A Reencarnação com base em provas, «Notícias Magazine» nº 523, de 2 de Junho de 2002, Portugal
www.adeportugal.org – Curso Básico de Espiritismo, Ass. de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

José Lucas

José Lucas, 47 anos, casado, 2 filhos, militar, membro do Centro de Cultura Espírita (Caldas da Rainha) e da Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal (ADEP), colaborador de vários jornais com artigos espíritas.

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