O que é que todos mais desejámos? Saúde, dinheiro, estatuto, sucesso, paz, alegria? Sem dúvida que todos esses desejos existem, mas há um desejo primordial subjacente a cada um sem excepção: ser feliz. Infelizmente, parece ser algo muito difícil de atingir. Porquê? Ser feliz é uma escolha individual diária. É simples! Não? Em cada dia eu posso fazer a escolha de ser feliz por mim mesma ou de depositar esse estado á mercê das atitudes dos outros. A escolha de ser feliz é invisível, é feita no meu próprio pensamento, mas é o único caminho.
A maioria das pessoas alicerça as suas vidas em relações de dependência, que tem várias expressões:

- Financeira
- Emocional (muito frequente entre pais e filhos e cônjuges que esperam que os outros intervenientes da relação os compreendam e satisfaçam as suas necessidades emocionais e os façam felizes)
- Orientação (padres, astrólogos, tarólogos, videntes, etc. – não significa que não procurem ajuda em diversos campos, apenas me refiro quando se tornam dependentes da opinião de outros para tomarem uma decisão)
- Amizade (desabafar com amigos ao primeiro sinal de problema)
- Alimentar (comida, café, chocolate)
- Medicamentos, droga, tabaco

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No meio de todas estas dependências, não consultámos o ser mais importante e que tudo sabe: o Deus interior em cada um de nós. Permitimo-nos ouvir o ego bradar por reconhecimento e razão, mas não ouvimos a voz da alma que quer perdoar e amar.

As relações de dependência superam-se quando começamos a ouvir a nossa intuição e confiar no nosso Eu Superior e fazemos um trabalho interior consciente para ultrapassar os dois tipos de obstáculos que condicionam a nossa felicidade.

1º Obstáculo: eu, ou seja o ego que se manifesta em vários aspectos:

- O meu ponto de vista, a minha razão.
- O meu orgulho.
- Os meus medos (que muitas vezes se revelam em agressividade), inseguranças
- Falta de auto-estima, amor-próprio.
- Ignorância da essência divina.
- Colocar a felicidade em valores exteriores gerando assim um desapontamento continuo, pois existe uma competição interminável á nossa volta.
- Estar centrado no que não se tem, quando na realidade temos tanto pelo qual estar gratos.
- Viver no passado ou no futuro.
- Dar valor a prazos “artificiais” para ser feliz, como “quando terminar o curso, ou quando casar, ou quando me reformar…vou ser feliz."
- Conceito de alma gémea, que gera tanta insatisfação interior e uma busca infinita por uma perfeição no outro que não é mais do que um produto da nossa mente alimentado pelos filmes de Hollywood.

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O 2º Obstáculo é a opinião dos outros.

Na realidade é consequência do primeiro, pois quando não escuto a minha alma, a opinião dos outros cria insegurança em quem lhe dá muito crédito. Essas opiniões estão sempre a advertir-nos para o que é “normal”, “seguro”, “correcto”, quando a experiência de uns não se aplica aos outros, pois cada um tem a sua lição de vida. Quando estamos ligados á nossa essência divina, isso não nos afecta pois sentimos o que é importante e qual o caminho a seguir.

Então o que fazer para alterar tudo isto? Mudar a perspectiva, olhar para cada situação procurando ver qual é a minha aprendizagem com determinada situação. Todos aqueles com quem temos relacionamentos difíceis espelham as partes assustadas da nossa personalidade que precisam ser curadas. Por exemplo: uma pessoa que tem dificuldade em impor limites, vai atrair para a sua vida um patrão autoritário. Um homem ou uma mulher ciumentos irão atrair um parceiro (a) que terá tendência a atrasar-se ou ficar retido em reuniões de trabalho, etc. A questão é cada um olhar para a atitude que tem que mudar em si e não estar á espera que o outro mude.

Eu atraio para mim o que preciso e também o que irradio tanto a nível de pensamentos como de emoções. Um outro exemplo: se alguém pensa que é alvo de invejas constantes das outras pessoas, vai ser esse tipo de situações que vai atrair para a sua vida. Por outro lado se interiormente tiver uma atitude de abençoar os outros para a sua abundância e bem-estar, também esse será o seu retorno. Nós atraímos os nossos maiores medos e os nossos desejos.

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Portanto, o ponto de partida de qualquer relacionamento sou Eu, daí que ao mudar-me o mundo muda também. Os relacionamentos são o nosso espelho e o nosso desafio de crescimento interior. Vivemos um tempo muito especial em que os relacionamentos a todos os níveis precisam de mudar de dependência para uma Parceria Espiritual. Libertámo-nos de todo o tipo de dependências crescendo espiritualmente, ou seja quando nos tornámos conscientes das nossas escolhas, intenções e das suas consequências. Nos relacionamentos em que se dá um parceria espiritual (a todos os níveis, familiar, profissional, social), cada pessoa sente-se comprometida com o seu crescimento interior e respeita todos os seres como expressão divina e essa atitude eleva interiormente todos os envolvidos e cria verdadeiros milagres de amor á nossa volta.

Com os parceiros espirituais não competimos, aprendemos a cooperar, criar harmonia e reverenciar a vida. Apoiam-se no crescimento mútuo e ambos se esforçam por mudar as partes assustadas da sua personalidade. Nenhum relacionamento, por muito banal que possa parecer é algo casual, todos são conexões da alma e nesta vida, a sua importância pode ser “maior” ou “menor”, mas todos fazem parte destes vínculos de muitas vidas.

Há alguns aspectos muito importantes a ter em conta no desenvolvimento de uma parceria espiritual:

1º - Compromisso comigo mesma. O meu crescimento interior é a minha prioridade, o que significa não culpar os outros, não ser vitima, deixar a necessidade de ter razão ou de ser admirado, deixar o drama emocional.
2º - Coragem para ir além do ego, ser integro e responsável pelos meus sentimentos, palavras e acções.
3º - Compaixão por todos os seres, pois todos temos dificuldades a superar.
4º - Acção consciente analisando as minhas intenções, agir pelo lado positivo para todos, confiar em Deus.
5º - Reverência por qualquer forma de vida, honrando a essência sagrada de tudo o que existe, desde um grão de areia até uma montanha, desde um criminoso até um santo, entrar em contacto com o interior sagrado de cada um. A reverência é uma percepção da alma e implica desafiar conceitos e valores de um mundo baseado nos cinco sentidos! Reverência requer todos os atributos mencionados anteriormente.

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Normalmente olhámos para as outras pessoas e para o mundo como algo exterior a nós, mas estamos todos ligados na nossa essência e os problemas pertencem a todos. Ao mudar-me a mim, mudo tudo á minha volta. O Ho’oponopono ajuda a fazer essa transição. É a técnica mais simples, eficaz e ao alcance de todos. O nosso trabalho interior é grandemente facilitado pela ajuda da Divindade que purifica a origem dos problemas que são as memórias associadas ás pessoas, eventos ou lugares. O Ho’oponopono ajuda-nos no percurso da parceria espiritual, pois tornámo-nos 100% responsáveis e procurámos a 100% a paz no nosso interior e desse modo tudo se vai alinhando com perfeição no exterior.

Ao dizer “Sinto muito, Perdoa-me, Eu amo-te, Sou grata”, estou a colocar em acção os princípios orientadores da Parceria Espiritual. Em pleno século XXI, urge olhar o nosso coração, ouvir a voz de Deus em nós e expressar essa essência divina que somos.

Afinal, o que todos desejámos é ser felizes, não é? É uma tarefa demasiado importante para ser colocada nas mãos e na responsabilidade dos outros.

Quando acordámos em cada dia que é um presente, temos essa escolha para fazer. E a partir de agora o que vão escolher?

Isabel Costa
Naturologista e Palestrante
isacosta@netcabo.pt
www.alquimiaalimentar.com