Formada em Economia pela Universidade Nova de Lisboa, teve o seu primeiro contacto com o Oriente através do seu pai, que fez parte do último governo português em Macau. Com uma determinação semelhante à dos chineses, Isabel Figueiredo Paula mergulhou a fundo no conhecimento desta cultura. Completou duas Pós Graduações em Língua e Cultura Chinesas, ambas tiradas na China. Fundou a OrientaTe com o objetivo de promover o estudo das mais variadas temáticas sobre as grandes potências orientais, nomeadamente China, Japão e Índia.

Quem é a Isabel Figueiredo Paula, empreendedora?

Sou mulher, mãe, filha, irmã e amiga.  Sou responsável pela vida de dois filhos, dois cães e um gato. Levanto-me todos os dias de manhã a pensar que gostava muito de deixar nesta vida obra construída, deixar vestígios da minha passagem, que possam servir de ajuda ou exemplo para os outros. Este pensamento é o motor que me faz querer construir e fazer sempre mais e melhor. O trabalho não me assusta, assusta-me sim não ter nada que fazer, nem metas a alcançar. Vejo sempre o lado bom das coisas e para mim o caminho é sempre em frente. Para trás só está o precipício. Costumo pensar para mim que se a pessoa X ou Y conseguiram, então eu também consigo.

Porquê este fascínio pela China?

Na década de 1090 viajei pela primeira vez à China e logo nessa altura percebi que a minha vida iria estar ligada aquele país. Trabalhar com chineses foi um grande privilégio, pois apercebi-me da dinâmica deles, da forma como trabalham e se empenham.

Vejo na China e nos chineses pessoas que evoluíram muito nos últimos anos. Evoluíram graças à garra que têm em fazer cada vez melhor. Lutaram por um lugar ao sol, lugar esse que lhes custou muito suor e lágrimas. Mas cresceram, assentes em princípios de união, amizade e respeito pelos seus. São humildes na forma de estar. Isto fascina-me.

O que fazes enquanto Chinese Matters Expert? Quem são os teus clientes?

Dou aulas de Língua e Cultura Chinesa a nível Corporate ou a adultos que pretendam estabelecer relações comerciais e negociais com a China. Sou consultora na área da internacionalização com a China, ensinando como estabelecer negócios cá ou lá.

Também levo grupos de pessoas, tanto a nível de lazer como profissional, a viajar aos cantos mais bonitos do planeta, no grande Império do Meio. Todos os anos pelo verão organizo uma viagem a alguns locais de beleza rara, desde terraços de arroz, ao rio Li, Beijing, Shanghai e montanhas ou parques arqueológicos.

Os meus clientes são empresas que negoceiam ou pretendem negociar com a China. São pessoas curiosas pela cultura asiática ou pessoas que têm mera curiosidade sobre o Oriente.

A China está na moda? Se sim, será uma moda passageira, ou a China chegou ao nosso meio empresarial para ficar?

A China está na moda, sim. Como não poderia estar? Um país que comprou grande parte da dívida mundial, um país que entrou pelas nossas casas dentro e que promete ser a fábrica do mundo, só poderia estar visível a todos nós ocidentais.  Desde que os chineses surgiram como executivos de topo a comprarem as nossas empresas, que a visão mudou. Então a procura pelo mandarim multiplicou-se, foi a loucura! É uma moda que rapidamente filtra quem realmente se apaixona ou aprende por necessidade.

A China chegou, viu e vai vencer de ano para ano cada vez mais.  Começou por vender “plásticos“, agora vende tecnologias avançadas, carros elétricos e energias alternativas. Estima-se que em 2030 o ordenado médio de um chinês ande na casa dos 3000 €.

 Na OrientaTe apresentas uma Escola de Cozinhas Asiáticas. O que torna esta cozinha tão cativante?

A 'OrientaTe, Cozinhas Asiáticas' é uma escola de cursos de curta duração, denominados classes ou workshops, onde numa tarde ou manhã podem aprender os truques das cozinhas japonesas, vietnamita, tailandesa, balinesa, indiana, ou chinesa. Todas estas aulas são acessíveis a todas as pessoas, realizando-se em locais privilegiados, culminando num almoço ou jantar, em excelente companhia. O melhor de tudo é o preço, pois o valor é pouco mais caro do que uma refeição num bom restaurante.

4 dicas para quem quer entrar no mercado chinês:

  1. Escolher uma cidade chinesa para inicio de negócio, pois a China é 1,5 o tamanho de toda a Europa, então negociar numa cidade de 20 milhões já é muito bom;
  2. Aprender sobre como negociar com chineses;
  3. Fazer pelo menos uma viagem à China para se aperceber qual o produto certo;
  4. Ser consistente e ter muita paciência.

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