Os vasos sanguíneos são responsáveis pelo transporte do sangue no organismo. No sistema circulatório humano, o sangue circula sempre dentro dos vasos, sendo, portanto, um sistema circulatório fechado com três tipos de vasos sanguíneos: artérias, veias e capilares.

Sempre que existe uma lesão vascular, o nosso organismo reage na tentativa de conter a hemorragia, através de diversos mecanismos, nomeadamente, vasoconstrição, formação de um trombo plaquetário e de um coágulo de fibrina. Assim, é mantida a integridade do vaso sanguíneo e o fluxo normal no restante sistema circulatório.

As doenças hematológicas (doenças do sangue) podem afetar a quantidade e a função das células sanguíneas, proteínas no sistema de coagulação sanguínea ou sistema imunológico.

As alterações da coagulação ocorrem quando o organismo é incapaz de produzir quantidades suficientes das proteínas que são necessárias para ajudar o sangue a coagular. Estas disfunções podem culminar numa coagulação ineficaz, o que gera uma hemorragia anormal ou numa coagulação excessiva, surgimento de coágulos de sangue (trombofilia).

As patologias da coagulação podem ser hereditárias, como é o caso das hemofilias, ou adquiridas, como o desenvolvimento de anticorpos que diminuem a atividade de um fator de coagulação específico, deficiência de vitamina K ou doenças autoimunes e doenças hepáticas graves (cirrose, hepatite).

O despiste/screening de alterações da coagulação é feito com análises simples como o tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT) e o tempo de protrombina (TP).

O diagnóstico implica a conjugação dos antecedentes pessoais e/ou familiares, exame objetivo (com caracterização do tipo de hemorragias) e de exames laboratoriais mais específicos.

Um artigo do médico Germano de Sousa, especialista em Patologia Clínica.