“Portugal é o país com menor taxa de prestação de cuidados domiciliários, sendo que os cuidados acabam por ser prestados por alguém que reside com o doente em situação de dependência, normalmente um familiar ou uma pessoa amiga, que faz esse trabalho por altruísmo, sem remuneração”, afirma Luís Alberto Silva em comunicado.

Luís Alberto Silva sublinha que estes "são valores" que a União das Mutualidades Portuguesas “defende e reconhece” e que “deveriam, por si só, ser suficientes para validar e reconhecer legalmente o papel do cuidador informal”.

Para o presidente da UMP, é importante que estes cuidadores vejam “garantidas condições, nomeadamente ao nível da flexibilização laboral e em questões fiscais”.

Citando notícias recentes de que Portugal tem a maior taxa de cuidados continuados e paliativos, prestados por pessoas sem preparação nem qualificação, e que é necessário criar um estatuto do cuidador informal, a UMP reconhece a “urgência e importância de ver esta questão resolvida”.

Nesse sentido, diz estar disponível para, em conjunto com o Governo e com os seus parceiros sociais, formar um grupo de trabalho para a criação deste estatuto.

Até ao final deste ano, o Governo quer criar o Estatuto do Cuidador Informal, um trabalho que terá de ser feito em articulação com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o Ministério da Saúde e o Ministério das Finanças, refere a UMP no comunicado.

A União das Mutualidades Portuguesas considera que o conhecimento no terreno, que as instituições detêm sobre estas e outras matérias, poderá ser “muito útil e fundamental” para a elaboração deste estatuto.

“As nossas Associações Mutualistas, pela intervenção próxima que têm junto das pessoas, conhecem bem esta realidade e a dificuldade dos cuidadores informais”, afirma o presidente da UMP.

O Ministério da Saúde estima que existam, atualmente, perto de 48 mil portugueses em casa, dependentes de outros.