O risco de doenças apresentado pela bactéria estreptococo B foi subestimado durante muito tempo segundo os autores de um novo estudo publicado na revista médica Clinical Infectious Diseases e apresentado na conferência anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene realizada em Baltimore, Maryland.
Mais de 21 milhões de mulheres grávidas são portadoras desta bactéria considerada inofensiva, calculam investigadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM).
Hoje sabe-se que este estreptococo é responsável por casos de septicemia e meningite potencialmente mortais em recém-nascidos, e que este agente patogénico é também uma causa importante de aborto espontâneo.
No entanto, ainda não há vacinas disponíveis, lamentam os investigadores, cujos estudos foram financiados pela Fundação Bill & Melinda Gates.
A análise mostra pela primeira vez que uma vacina com 80% de eficácia administrada em 90% das mulheres no mundo todo poderia evitar 231.000 casos de infeção em mulheres grávidas e recém-nascidos.
Naturalmente presente e inofensivo no trato digestivo, o estreptococo B torna-se patogénico quando migra para outros órgãos. Geralmente causa apenas infeções leves, exceto em grávidas e seus fetos.
Antes destes estudos, os dados reunidos sobre infeções em recém-nascidos com este estreptococo limitavam-se aos casos dos países ricos. Estes últimos estudos determinaram que a infeção está presente em grávidas no mundo todo.
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Em média, 18% das mulheres que esperam um filho estão colonizadas com esta bactéria, com taxas que vão de 11% no leste da Ásia a 35% no Caribe.
Os cinco países com maior número de mulheres grávidas infetadas são a Índia (2,4 milhões), China (1,9 milhões), Nigéria (1,06 milhão), Estados Unidos (942.800) e Indonésia (799.100).
A África, que conta com apenas 13% da população mundial, representa 65% de todos os abortos espontâneos e mortes de recém-nascidos como resultado desta infeção, revela o estudo.
Atualmente, a única prevenção é administrar antibióticos às mulheres no momento do parto para reduzir o risco para o bebé, o que evita 29.000 casos por ano, principalmente nos países ricos.
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