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Estima-se que em 2030 haja 22 milhões de pessoas com cancro em todo o mundo
7 de fevereiro de 2013 - 09h57
Três a quatro mil doentes com cancro não conseguem tratamento de radioterapia e cirurgia devido à falta de equipamentos em várias zonas geográficas do país, denuncia o Movimento de Utentes dos Serviços de Saúde.
“Como é que nesta altura em que a investigação atinge notáveis patamares na descoberta de novos medicamentos e tratamentos, se verifica esta situação dramática nas técnicas de radioterapia e cirurgia?”, questionou Manuel Vilas Boas, responsável pelo organismo, que alertou ainda para os atrasos nas consultas que potenciam a evolução da doença.
Vítor Veloso, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, avança ainda que a isto se juntam os atrasos de mais de seis meses nas juntas médicas e o facto de alguns hospitais estarem a estabelecer patamares de utilização de medicamentos para contenção de custos.
“É anticonstitucional, antiético e é antissocial”, comenta.
Apesar da lei determinar que a junta médica deve ser feita até 60 dias depois do pedido, há casos em que os doentes esperam até seis meses, denuncia Vítor Veloso.
A Administração Regional de Saúde do Norte justifica os atrasos com o aumento exponencial dos pedidos, noticia a mesma estação de televisão.
Também Helena Gervásio, do Colégio da Especialidade de Oncologia da Ordem dos Médicos, disse em entrevista ao Correio da Manhã que “há pessoas sem capacidade financeira para comparticiparem os tratamentos e dizem que têm de optar entre comer ou tratar-se".
Na segunda-feira, Dia Mundial da Luta contra o Cancro, a Liga Portuguesa contra o Cancro avançou que os pedidos para apoio social duplicaram, só na região Norte.
"Muitos não vão ao médico até por falta de dinheiro para transporte e quando vão, já a situação é mais complicada", avisa Helena Gervásio.
O cenário traçado pelos médicos aponta para uma duplicação dos casos de cancro no mundo nos próximos 25 anos, atingindo os 22 milhões em 2030.
SAPO Saúde
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