"A fadiga visual resulta do esforço excessivo exigido ao globo ocular quando utilizamos ecrãs perto dos olhos", começa por explicar Fernando Trancoso Vaz, médico e Coordenador do Grupo de Ergoftalmologia da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO).

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"Este esforço, que ocorre maioritariamente em pessoas que trabalham muitas horas em frente ecrãs digitais (computadores, tablets, telemóveis ou televisores), manifesta-se em pequenos sintomas como secura ocular, dor de cabeça, cansaço, dificuldade em focar ou lacrimejar excessivo", indica.

Para os médicos da SPO, a problemática da Fadiga visual é um problema do século XXI que tem de ser combatido. "Existem algumas medidas de prevenção, recomendadas pela SPO, que todos os profissionais que trabalham em escritório devem considerar, tanto a nível comportamental como de ambiente", alerta o médico.

O que fazer?

  • A nível comportamental: É essencial adoptar uma boa postura, ajustando a cadeira e a mesa de forma a ter o monitor ao nível dos olhos e a uma distância de 50-70 cm, fazer intervalos regulares ‘20-20-20’, ou seja em cada 20 minutos fazer uma pausa de 20 segundos e nesses 20 segundos olhar para uma distância de 20 pés (6 metros).
  • Ao nível do ambiente: Evitar ambientes de muita ou pouca luminosidade, evitar reflexos indesejados no computador, provenientes de poeiras ou impressões digitais, optar por um ecrã de maiores dimensões e, sempre que possível, desligar o ar condicionado.

Além dos profissionais que trabalham maioritariamente com computadores, crianças e jovens começam, cada vez mais, a sentir, de uma forma precoce, fadiga ocular pois também passam muito tempo em frente a dispositivos digitais.

Mais de 50% dos jovens entre os 18 e os 34 anos passam nove horas ou mais por dia com dispositivos digitais.

As mulheres também sofrem mais de que os homens de fadiga ocular pois com o avançar da idade existe maior propensão uma diminuição na quantidade e qualidade das lágrimas.

Para atenuar esta epidemia, o especialista representante da SPO, conclui que é fundamental "a realização de consultas de rotina para avaliar a fadiga ocular e analisar se não existe outra patologia associada como erros refrativos, perturbações do equilíbrio oculomotor, olho seco, entre outras".

O médico Fernando Trancoso Vaz alerta que existem "soluções" para diminuir a fadiga ocular e aumentar a qualidade de vida laboral, evitando problemas mais graves no futuros.