"Em nome das Nações Unidas, quero dizer-lhes que pedimos desculpas", disse Ban Ki-moon três vezes - em crioulo, francês e inglês - ao povo haitiano.

"Simplesmente não fizemos o suficiente em relação ao surto de cólera e à sua expansão no Haiti", acrescentou o secretário-geral perante a Assembleia-geral da ONU. "Lamentamos profundamente o papel que desempenhámos".

Segundo vários especialistas independentes, a cólera foi introduzida no Haiti pelos capacetes azuis nepaleses da Missão da ONU no país, a MINUSTAH, que atiraram os seus excrementos ao rio.

Apesar destas desculpas, a ONU afirma que não tem responsabilidade legal na questão. "Não modificámos a nossa posição jurídica", explicou à imprensa o vice-secretário-geral, Jan Eliasson.

Ban Ki-moon disse que a ONU tinha a "responsabilidade moral de agir". Este assunto, admitiu, "lançou uma sombra nas relações" entre a ONU e o Haiti e "manchou a reputação dos capacetes azuis".

O chefe da ONU apresentou formalmente à Assembleia-geral um plano para ajudar financeiramente as vítimas da epidemia e lutar melhor contra a doença, que já provocou mais de 9.000 mortos desde 2010.

Para isso, a ONU terá de mobilizar cerca de 374 milhões de euros nos próximos dois anos.

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