O estudo, apresentado no Dia Mundial da Coluna, identificou ainda “fortes assimetrias regionais” na realização de cirurgias à coluna, de acordo com Manuel Tavares de Matos, presidente da Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral.

A região Norte realizou 46% de todos os procedimentos cirúrgicos feitos entre 2011 e 2016, período em que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde trataram mais de 42 mil doentes.

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Em parte, estes dados do Norte espelham um maior número de acidentes de trabalho na região, onde o trabalho secundário é uma causa frequente de hérnias discais agudas.

Assimetrias regionais

Segue-se a região de Lisboa e Vale do Tejo com 37% dos procedimentos e o Centro, com 15% das cirurgias.

O Alentejo e o Algarve registam apenas 2% das cirurgias feitas no SNS.

“São evidentes as assimetrias regionais, que podem em parte ser explicadas com as dificuldades da medicina geral e familiar em referenciar as patologias da coluna”, disse à agência Lusa Manuel Tavares de Matos.

A Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia, também promotora do estudo, considera que faltam linhas de orientação sobre cirurgia de coluna, que definam a referenciação de doentes e que estejam alinhadas com as necessidades da população.

Segundo o estudo, mais de metade dos doentes operados à coluna encontram-se em idade ativa e 54% das cirurgias feitas entre 2011 e 2016 foram em mulheres.

A análise, que é apresentada no Dia Mundial da Coluna, foi promovida pela Sociedade Portuguesa de Patologia da Coluna Vertebral, pela Sociedade Portuguesa de Neurocirurgia e pela Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.