O social-democrata questionou o Ministério da Saúde, através de uma pergunta entregue na Assembleia da República e hoje divulgada, sobre o encerramento reincidente de serviços no hospital de Chaves, inserido no Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), com sede social em Vila Real.
Na terça-feira à noite, a administração do CHTMAD informou a população da área de influência do hospital (Chaves, Boticas, Montalegre e Valpaços) que a urgência ortopédica vai estar fechada durante o mês de novembro devido à necessidade de concentrar os recursos médicos de ortopedia em Vila Real.
Uma medida que se deve, segundo a administração, ao “atual contexto de indisponibilidade de profissionais”, ou seja, devido à indisponibilidade dos médicos para realizar mais horas extraordinárias além das 150 previstas na lei.
Para além do fecho da urgência de ortopedia pode ainda estar em causa o fecho de outros serviços em novembro, como a urgência médico-cirúrgica e a urgência pediátrica, tendo esta última encerrado em vários períodos, desde a Páscoa, com o atendimento aos utentes em idade pediátrica a fazer-se na urgência do hospital de Vila Real.
André Marques salientou que os deputados do PSD “estão profundamente preocupados com a situação crítica que afeta a unidade hospitalar de Chaves”, considerando que “representa uma ameaça significativa para a qualidade dos cuidados de saúde prestados à comunidade”.
“A falta de recursos médicos é evidente e tem comprometido seriamente a capacidade do hospital em atender às necessidades da população local”, frisou.
Para o parlamentar, “esta situação não coloca apenas em risco a eficiência dos serviços hospitalares em Chaves, mas causa também grande apreensão entre a população residente nos concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre e Valpaços, além de áreas de Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena”, municípios que constituem a Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso.
“Essa preocupação é ainda agravada pelas características específicas desta região, com uma população envelhecida, poucos recursos disponíveis e uma alta incidência de comorbilidades”, acrescentou.
Pelo que, o deputado quer saber que “soluções estão a ser preparadas para garantir que não haja novos encerramentos dos serviços” e qual o “planeamento e repostas estruturais” que o Ministério da Saúde, em coordenação com o conselho de administração CHTMAD “tem para estancar de uma vez por todas os sucessivos encerramentos de serviços na unidade hospitalar de Chaves”
“Que soluções estão em cima da mesa pelo Ministério da Saúde e que indicações e justificações tem dado ao conselho de administração do CHTMAD para reforçar e não enfraquecer a unidade hospitalar de Chaves”, questionou ainda.
No sábado, centenas de populares e autarcas do Alto Tâmega vestiram camisolas pretas e protestaram contra o fecho de serviços no hospital de Chaves previsto para o mês novembro devido à indisponibilidade dos médicos para realizar mais horas extraordinárias além das 150 previstas na lei.
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