Instituição particular de solidariedade social com sede no Porto, o CPR está a comemorar o 20.º aniversário e conta "milhares de pessoas formadas em Portugal e no estrangeiro nas áreas da reanimação".

Adelina Pereira, médica e presidente do CPR, disse à Lusa que o projeto de levar o ensino de reanimação às escolas surgiu depois de em 2010 responsáveis pela instituição terem "reunido com alguns partidos com assento parlamentar e tentado sensibilizá-los, sem êxito, para que o projeto integrasse o currículo escolar".

Já em 2013/14, um projeto-piloto e autossustentável em Matosinhos, com o apoio da Câmara Municipal, Agrupamento Vertical de Escolas e dos enfermeiros de saúde escolar avançou com a formação de professores, relatou a responsável. "A ideia, disse a responsável, “era que os professores, uma vez formados, pudessem replicar e, assim, essa prática chegar a cada vez mais pessoas, alunos incluídos, permitindo que o levassem até às próprias famílias".

Depois de Matosinhos, "seguiu-se Beja e Valongo tendo, ao todo, chegado a 113 professores, 10 enfermeiros de saúde escolar, num universo de mais de 2.000 alunos", elencou Adelina Pereira.

Este projeto decorre de outro, denominado "Salvar vidas" em cuja participação de "figuras públicas e a divulgação nas redes sociais proporcionou uma grande visibilidade daquela que é a ação do CPR", congratulou-se. "Hoje fala-se muito mais em Portugal do Suporte Básico de Vida e de reanimação do que há seis anos", disse Adelina Pereira, sublinhando um "aumento da consciência social e cívica que permite consolidar a cadeia de sobrevivência".

A decisão de deixar de formar apenas técnicos de saúde para o levar também ao cidadão anónimo faz com que, nas escolas de formação associadas ao CPR "qualquer um possa aceder aos cursos", garantiu Adelina Pereira.

Portugal foi um dos "primeiros países a integrar o Conselho Europeu de Ressuscitação (ERC, sigla em inglês), que hoje integra 32 nações". Foi também dos países da Europa que "mais cedo criou escolas e um Conselho Nacional de Reanimação", frisou a responsável.

Seguindo "à risca e em permanência" as "linhas orientadoras e recomendações de reanimação, desde o suporte básico de vida, que querem seja uma questão de cidadania, até à reanimação para adultos em suporte avançado de vida e neonatal" emanadas da ERC, os cursos do CPR certificam a nível internacional.

"Temos a obrigação de nos mantermos atualizados e de transmitirmos às nossas escolas as novas linhas orientadoras", sublinhou Adelina Pereira dando conta de cursos de instrutores formados em Portugal ministrados "entre outros países, na Inglaterra, Bélgica, Egito, Itália e Suíça".

Auditados a cada três anos pela ERC, ao todo, em Portugal o CPR "formou 400 instrutores em Suporte Básico de Vida e mais 250 em Suporte Avançado de Vida de adultos".

"Dada a qualidade do método formativo que segue o CPR - revelou Adelina Pereira - o INEM, ainda que de modo informal, já está a adotar os mesmos modelos formativos, sendo que, formalmente, isso passará a verificar-se ainda no decorrer deste ano".