A vacina, desenvolvida por cientistas do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) de Espanha e o grupo farmacêutico Zendal, é “a primeira para mamíferos e a segunda no mundo produzida com aquela tecnologia que utiliza informações genéticas”, informou hoje a agência noticiosa espanhola EFE.
Adiantou que a EMA deu “luz verde” à comercialização e distribuição do soro.
A leishmaniose é uma doença causada por parasitas do género 'Leishmania' e transmitido aos cães pela picada de mosquitos.
Doença é endémica no sul da Europa
De acordo com informação no ‘site’ do Hospital Escolar Veterinário da Faculdade de Medicina Veterinária em Lisboa, a doença é “endémica no Sul da Europa, Norte de África, Médio Oriente, China e América do Sul” e “também afeta o Homem”.
O parasita localiza-se, sobretudo, “na medula óssea, nos gânglios linfáticos, no baço, no fígado e na pele, sendo o cão o principal hospedeiro e hospedeiro reservatório”.
A mesma fonte adianta que “em Portugal, estima-se que 110 mil cães estejam infetados, embora muitos não manifestem a doença. Outros animais como os gatos, as raposas e os roedores podem, igualmente, ser afetados”.
“Comparada com outras tecnologias, esta nova vacina, altamente eficaz, tem ainda a vantagem de ser muito estável”, disse o investigador do CSIC Vicente Larraga, que dirigiu o desenvolvimento do soro, citado pela EFE.
“Após este parecer favorável da EMA, conseguiu-se um apoio internacional muito importante para vacinas de ADN que também podem ser utilizadas para proteger contra outras infeções", acrescentou.
Risco de contaminação para humanos
Larraga referiu que “o parecer indica que a vacina reduz o risco de contágio e o aparecimento da doença”, considerando o soro “um passo importante” dado que a diminuição de animais infetados “reduz significativamente a possível transmissão para outros cães e humanos”.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos de leishmaniose canina e humana aumentaram na Europa nos últimos anos devido às alterações climáticas e à presença dos mosquitos em causa em mais países europeus do norte.
Considerada pela OMS como uma doença tropical negligenciada, afeta mais de mil milhões de pessoas em 83 países, a maioria em áreas subdesenvolvidas.
No ‘site’ do Hospital Escolar Veterinário é ainda referido que “em Portugal, existe já uma vacina contra a leishmaniose canina” e que “a prevenção é fundamental para reduzir o número de casos de leishmaniose nos animais e para evitar o risco para os humanos”.
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