A Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos (APOGEN) alerta que a “indústria de genéricos encontra-se no limite da sobrevivência”, devido à quebra acentuada do preço dos medicamentos, de “38 por cento no último ano e, só no passado mês de julho, desceu seis por cento”. A APOGEN disse, esta quinta-feira, que a capacidade da indústria dos genéricos continuar a gerar poupanças para o Estado e para os utentes encontra-se em risco.

“Como refere o mais recente relatório do Observatório do Medicamento do Infarmed, o preço dos medicamentos genéricos atingiu em julho o valor mais baixo dos últimos cinco anos, sendo, em média, 6,70 euros, contra os 20,15 euros de Julho de 2007”, sublinha a associação.

Segundo a associação APOGEN, a redução do preço dos medicamentos pode ser uma boa notícia para os consumidores, mas se esta redução significar “uma quebra de 66,7 por cento no preço da comercialização de um bem ou produto tem consequências irreparáveis para todos os intervenientes do sector”.

“Apesar da quota de mercado de genéricos em volume continuar a crescer, é importante realçar que uma boa quota de mercado em produtos cuja margem de comercialização tende para 'zero', resulta num volume de negócios que se aproxima do 'nada'”, diz a associação.

Sublinha a APOGEN que esta situação está já a ter “consequências terríveis”, tanto para as empresas como para as farmácias, e lembra que tanto os utentes como o próprio Serviço Nacional de Saúde também se irão ressentir com a “degradação de um setor que era, até há bem pouco tempo, um dos que melhor funcionava em Portugal”.

A APOGEN lembra que “os medicamentos genéricos são um contributo fundamental para a sustentabilidade” do Serviço Nacional de Saúde, já que permitem reduzir a despesa com medicamentos, e sublinha que recorrer à utilização de fármacos mais caros terá como consequência a anulação dos esforços do Governo na contenção da despesa.

A associação acrescenta ainda que já deixou com o Ministério da Saúde várias propostas legislativas com vista à sustentabilidade da indústria, que “sucumbirá definitivamente a breve trecho, se não houver intervenção governativa”.

7 de setembro de 2012

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