“Nós temos, fora blocos operatórios de urgência, fora unidades de queimados, 1.142 ventiladores para adultos. Claro que não estão todos disponíveis porque há muitas pessoas que estão internadas e que estão a ser ventiladas, ou que foram operadas, ou porque estão com uma pneumonia normal”, disse António Costa, em entrevista à SIC, no Jornal da Noite.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

O primeiro-ministro garantiu que Portugal não tem “nenhuma carência de ventiladores”, mas justificou que está a ser feito um reforço “na previsão do pior dos cenários”, e porque se vive “uma situação anormal”.

Na entrevista, o primeiro-ministro disse também que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem “dois milhões de máscaras de reserva estratégica”, para responder às necessidades, e indicou que o Estado está a “adquirir quer máscaras, quer material de desinfeção, quer ventiladores, e a fazer a gestão destes recursos”.

“Temos procurado estar a ir reforçando as capacidades que temos para prever o pior que ainda possa vir a seguir”, defendeu.

Costa referiu que “o que está previsto neste momento no estudo epidemiológico é que o pico desta pandemia em Portugal continue a crescer até finais de abril”, e que “só então aí entrará numa função descendente e que nunca terminará antes do final de maio”.

“Por isso é que estamos a falar de vários meses, nós temos de reforçar os recursos para o caso de haver um aumento anormal para além daquilo que está previsto”, reforçou.

No sábado, a ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que estava a ser feito um levantamento do número de ventiladores existentes nos hospitais públicos e privados e explicou que, com o adiamento de algumas cirurgias, existem equipamentos que ficarão livres.

Costa anuncia pacote de apoio à economia mas antecipa que “não haverá excedente”

o Governo vai implementar medidas de apoio ao emprego e ao rendimento das famílias, para contrariar os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia, mas antecipou que “não vai haver excedente orçamental”.

“Temos procurado proteger esses setores para assegurar a manutenção da sua atividade, e o senhor ministro das Finanças e o senhor ministro da Economia apresentarão, aliás, um pacote muito forte de apoio à sustentação do emprego e do rendimento das famílias”, anunciou António Costa, em entrevista à SIC, durante o Jornal da Noite de hoje.

Na ótica do chefe de Governo, “a condição primeira para evitar o tsunami económico” passa por “garantir que não há quebras de rendimento e não quebras de emprego”, porque existem setores, como o do turismo, que “estão a ser duramente afetados por esta crise”.

“As medidas que vamos desenhar amanhã [terça-feira] são para micro, pequenas, médias empresas e as chamadas ‘mid capital companies’, e com um pacote de medidas bastante diversificado, seja de linhas de crédito com juros francamente favoráveis, seja com diferimento do cumprimento de algumas obrigações – não é perdão mas é diferimento de algumas obrigações”, explicou.

António Costa salientou igualmente que o Governo tem vindo “a trabalhar com a banca para assegurar as moratórias de créditos que são necessárias assegurar, para não estrangular agora empresas que estão numa situação conjunturalmente difícil”.

Ressalvando que está a “olhar para o futuro com muita preocupação, tendo em conta ainda os diferentes graus de incerteza”, o primeiro-ministro antecipou que “hoje muito provavelmente já não vai haver excedente orçamental”.

“Mas a verdade é que foi uma gestão orçamental responsável que hoje nos permite olhar para esta situação sem estarmos aqui angustiados sobre qual vai ser o saldo ao final deste ano”, advogou.

Para o chefe do Governo, “o maior dos problemas é a pancada” que esta pandemia poderá dar na “trajetória de crescimento” da economia, antecipando também “uma pancada no emprego”.

“Se tudo para, há uma situação de colapso que temos de evitar a todo o custo”, vincou, reforçando a necessidade de o Estado “proteger o conjunto da vida e do emprego, e dos rendimentos”.

“Temos de conseguir adotar medidas, e é isso que estamos a prever, que permitam, não só no turismo, mas também nos setores industriais, assegurar que as cadeias de distribuição e produção de alimentos continuam a funcionar”, apontou.

Questionado se ajudaria primeiro a área das artes e espetáculos ou o futebol, o primeiro-ministro salientou que a “prioridade máxima tem de ser a saúde, e essa tem de ser a primeira das primeiras prioridades”.

Apesar de reconhecer que “o cancelamento generalizado de espetáculos é dramático”, o primeiro-ministro anunciou que “há medidas que o Ministério da Cultura tem preparado para responder a essa situação”.

“Creio que relativamente ao futebol profissional é um mundo à parte”, observou, notando que o Estado “tem de definir quais são as prioridades e, manifestamente, essa não é uma prioridade”.

Sobre os bancos, Costa referiu que estas instituições “têm que ser consciência mesmo que na crise de 2008 a responsabilidade do setor financeiro foi muitíssimo elevada”, pelo que “hoje há uma função de responsabilidade social muito grande que têm e que têm que assumir”, porque os bancos sabem que “já não vivem de si próprios” e “têm obrigação de apoiar os seus clientes”.

“E adotaremos todas as medidas que forem necessárias para que isso aco

Portugal registou hoje a primeira morte por Covid-19, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido.

Trata-se de um homem de 80 anos, com "várias patologias associadas" que estava internado há vários dias no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse a ministra, que transmitiu as condolências à família e amigos.

Há 331 pessoas infetadas até hoje, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS). Dos casos confirmados, 192 estão a recuperar em casa e 139 estão internados, 18 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).

O boletim da DGS assinala 2.908 casos suspeitos até hoje, dos quais 374 aguardavam resultado laboratorial. Das pessoas infetadas em Portugal, três recuperaram. De acordo com o boletim, há 4.592 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Atualmente, há 18 cadeias de transmissão ativas em Portugal, mais quatro do que no domingo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou uma reunião do Conselho de Estado para quarta-feira, para discutir a eventual decisão de decretar o estado de emergência.

Portugal está em estado de alerta desde sexta-feira, e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas a partir de hoje, e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou hoje o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham que se deslocar por razões profissionais.

Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o novo coronavírus em Portugal e no mundo.