O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) denunciou que na quarta-feira havia utentes "com patologias passíveis de características infetocontagiosas amontoados há vários dias nas observações" do centro hospitalar, “por não existirem camas nas respetivas unidades de internamento".

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Segundo o gabinete de comunicação daquela unidade de saúde, nos últimos dois dias o hospital, de "forma inesperada", teve "picos muito grandes de afluência às urgências", tal tendo ficado a dever-se devido ao volume de "doentes poucos graves", o que acabou por criar uma "obstrução quase física" nas instalações.

Argumentando que os doentes "poderiam e deveriam ter dado prioridade aos respetivos centros de saúde e à Linha de Saúde 24", a mesma fonte lembrou estar em curso a "construção de uma nova urgência" naquele hospital e que "mesmo que tivessem sido colocados mais médicos não iria resolver o problema" dada a "limitação de espaço".

Sensação de impotência dos médicos

Em comunicado enviado à agência Lusa, o MUSP revelou que o dia de quarta-feira ficou "marcado para os utentes que acederam às urgências e ficaram internados", bem como para os "familiares, visitantes e profissionais de saúde", cenário que, lamenta, "se tem vindo a repetir com demasiada frequência".

Dando conta da "sensação de impotência dos médicos" para a todos "acudir condignamente", o MUSP divulgou que "apelaram aos visitantes/familiares para que denunciem a situação caótica", acrescentando que também os enfermeiros, que são "pau para toda a colher", devido à "falta de auxiliares de ação médica", apelam aos familiares dos utentes "para lhes servirem as refeições, frias por tanto tempo à espera".