Mais de metade dos médicos que decidiu ir trabalhar para o estrangeiro estava inscrita na Secção Regional do Sul, que, entre janeiro e maio, emitiu 109 “Good Standing Certificates”, o certificado que é exigido para apresentar a entidades estrangeiras, quando se pretende trabalhar ou estagiar fora do país.

No mesmo período, a Secção Regional do Norte emitiu 101 certificados, mas apenas 59 médicos emigraram.

A Secção do Centro entregou apenas 16 "Good Standing".

No total, emigraram 184 médicos, o que dá um valor médio inferior ao registado em 2015: no ano passado, a média mensal de médicos emigrados foi de 39,5, enquanto este ano a média é de 36,8 médicos por mês. Ontem uma nota da Ordem dos Médicos fixava o número de médicos emigrados nos últimos cinco meses em 175, número que hoje a mesma entidade aumenta para 184.

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A maioria dos que optam por trabalhar lá fora é jovem: no norte mais de metade dos emigrantes (54%) tinha menos de 35 anos e, entre os profissionais da região centro, a percentagem subiu aos 68%.

Há médicos com 44 anos a emigrarem

No sul, dos 109 que emigraram, 54 tinham, no máximo, 34 anos (49,5%), mas houve outros 29 profissionais que, quando saíram do país, tinham idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos.

Na procura de um futuro melhor no estrangeiro, as mulheres destacam-se ligeiramente, segundo os dados da OM, que mostram que, no sul, emigraram 62 mulheres e 47 homens e, no norte, 54% dos emigrantes eram do sexo feminino, contra 45% do sexo masculino.

“De um modo geral, as razões para a emigração são as melhores condições de trabalho (melhor salário). É de notar que os médicos que estão a realizar a especialidade no estrangeiro estão na especialidade pretendida, na qual não tinham conseguido entrar em Portugal”, segundo uma explicação dada à Lusa, por correio eletrónico, pela Secção Regional do Norte da OM.

Os dados revelam ainda que a maioria escolhe países da União Europeia como destino, com destaque para o Reino Unido, França, Espanha, Suécia, Suíça ou Alemanha.

A especialidade escolhida por estes profissionais é muito variada, indo de Medicina Geral e Familiar (cerca de 13%), a Pediatria e Psiquiatria (ambos com uma representação de cerca de 6% do total de emigrantes), a Anestesiologia, Cardiologia e Cirurgia Geral - as três especialidades com menos de 2% das escolhas.