"A região Centro é uma região extremamente deficitária neste tipo de equipamentos [aceleradores lineares]", criticou hoje o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, que falava aos jornalistas após uma visita ao serviço de radioterapia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Neste momento, a região Centro tem cinco equipamentos e, a breve trecho, irá perder dois dos que estão no CHUC - um ainda este ano e outro em 2018.

"A região deveria ter nove aceleradores", para cumprir a meta fixada em Conselho de Ministros, em 1995, de um acelerador linear por 250 mil habitantes, defendeu.

A situação, frisou, "tem de ser rapidamente resolvida", visto que a média de aceleradores por habitantes "é respeitada a nível nacional", mas o Centro "está muito abaixo" dessa meta.

A aquisição de novos aceleradores lineares é fundamental, por serem equipamentos de tratamento de "doentes que sofrem patologias graves - doentes com cancros -, cujo início do tratamento é muito importante para o êxito desse mesmo tratamento", vincou, considerando que a situação tem de ser resolvida com "absoluta urgência".

Em declarações aos jornalistas, Carlos Cortes alertou também para o facto de o serviço de radioterapia do CHUC ter três aceleradores lineares, mas "só dois estão a funcionar" por faltar uma licença do Ministério da Saúde para poder ser utilizado o terceiro.

O presidente da SRCOM realçou que o CHUC já pediu por três vezes a autorização à tutela para o funcionamento de um terceiro acelerador.

Segundo o presidente da SRCOM, ficaram por tratar 600 doentes e por fazer 12 mil sessões de radioterapia em 2016 por o terceiro equipamento não estar a funcionar. "Por causa da falha, muitos doentes poderiam ter o tratamento imediatamente, mas têm de esperar mais de quatro, cinco ou seis semanas para as sessões de radioterapia se iniciarem", alertou.

A agência Lusa tentou obter, sem sucesso, um esclarecimento junto do Ministério da Saúde.

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