"Se a resposta do Governo não surgir, são os sindicatos que têm de determinar as formas de luta. O nosso medo é que os enfermeiros o façam sozinhos, à semelhança do que aconteceu noutros países da Europa", disse.

Ana Rita Cavaco participou ontem numa vigília dos enfermeiros, que juntou cerca de uma centena de profissionais na entrada do Hospital Central do Funchal, no âmbito de protesto promovido pelo Movimento Nacional de Enfermeiros em várias cidades do país, ao mesmo tempo que decorre uma greve no setor.

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"O Governo, com sensibilidade, tem de perceber que não pode apresentar uma proposta de carreira que não tenha a categoria do enfermeiro especialista e do enfermeiro-chefe como têm outras carreiras na área da saúde", advertiu, sublinhando que "os enfermeiros não estão a pedir nada diferente".

Múltiplos constrangimentos nos hospitais

A bastonária evocou a protesto levado a cabo no ano passado por enfermeiros especialistas em saúde materna, que "acarretou muitos de constrangimentos" nomeadamente para as grávidas.

"Foi um protesto independente, que ninguém controlava, não era sindical, nem organizado pela Ordem", explicou, vincando: "Tememos é que isso venha a acontecer [de novo], mas desta vez com todos os enfermeiros".

O objetivo principal da vigília é sensibilizar a população portuguesa para os vários problemas que a classe enfrenta, tais como a desvalorização da profissão, a ausência de uma carreira que permita uma progressão e a carência de profissionais de enfermagem no Serviço Nacional de Saúde.
Ana Rita Cavaco indicou, no entanto, que a Região Autónoma da Madeira será o "único local do país" que ficará com uma "dotação segura" do número de enfermeiros, se o executivo regional cumprir o compromisso de contratar 400 profissionais até 2019.

"Para atingir essa meta faltam 160", disse.