A OMS pretende juntar-se com parceiros em cada país "para ajudar os ministros da Saúde a mostrar aos das Finanças", que decidem os orçamentos de Estado, que investir no combate à malária "é um bom investimento em termos de retorno quanto à saúde da população e desenvolvimento do país", referiu Matshidiso Moeti, diretora regional da OMS para África.

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Aquela dirigente falava na apresentação do relatório anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), hoje em Maputo, que revela que, apesar de haver menos mortos por malária a nível global, o número de casos tem aumentado ligeiramente desde 2015 por falta de investimento.

Moeti realçou que a alocação financeira dos países afetados "estagnou e não está a acompanhar de forma proporcional o contributo dos doadores, nomeadamente, os EUA e Fundo Global".

Se houver evolução nos 11 países que registam 70% dos casos, "teremos uma evolução a nível global", referiu Kasete Admasu, diretor executivo da Parceira para Redução da Malária (RBM, sigla inglesa) que junta centenas de organizações a nível mundial.

"Estamos a apelar a dirigentes políticos de Moçambique", terceiro país mais afetado no mundo, "e de outros países altamente afetados, para assumirem a liderança na luta contra a malária e dirigirem a agenda nos próximos anos", referiu, ao detalhar a abordagem agressiva e a nível local que se pretende para os próximos anos.

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Moçambique é o terceiro país mais afetado pela malária do mundo, segundo o relatório apresentado hoje pela OMS em Maputo e será um dos que vai ser alvo da nova estratégia de combate à doença.

O grupo é composto pela Índia e 10 países de África: Burkina Faso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Níger, Nigéria, Uganda e Tanzânia - além de Moçambique.

"O que esperamos é que a vontade política seja tão clara que chegue às bases da população e resulte numa redução dos casos de malária", concluiu Kasete Admasu.

Mais de 90% dos 219 milhões de casos de malária registados em 2017 e das 435.000 vítimas mortais continuam no continente africano e a maioria são crianças com menos de cinco anos.