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ONU lembra que uso generalizado de antibióticos pode tornar as infeções resistentes ao tratamento
27 de novembro de 2013 - 14h11
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou hoje novas orientações para combater a desnutrição crónica que afeta cerca de 20 milhões de crianças no mundo, alertando para o risco de morte precoce deste grupo social.
Uma das novas orientações da agência da ONU para combater a desnutrição passa pelo tratamento e hospitalização imediata das crianças afetadas, adotando fórmulas fortificadas de tratamento e uso de antibióticos.
As novas regras de tratamento, que substituem as de 1999, devem ser incluídas nos planos nacionais de saúde, porque, segundo a OMS, muitas das recomendações em vigor não levam em conta as necessidades específicas dessas crianças.
“Se essas crianças não recebem a assistência médica e nutricional correta, geralmente morrem”, disse hoje o diretor de nutrição para a saúde e o desenvolvimento da OMS, Francesco Branca, em conferência de imprensa, em Genebra.
Segundo a OMS, a desnutrição aguda grave é o mais alto grau de desnutrição que uma criança pode sofrer e é diagnosticada quando a circunferência do braço superior é inferior a 115 milímetros.
Quanto ao tratamento à base de antibióticos, a OMS recomenda que se restrinja às crianças menores de cinco anos com desnutrição aguda grave, que são aquelas com um sistema imunológico mais debilitado e são mais propensas a infeções.
A agência da ONU indica ainda que o uso generalizado de antibióticos em crianças que não precisam deles pode tornar as infeções resistentes ao tratamento.
No entanto, as crianças que não apresentam sinais de complicações médicas e são capazes de se alimentar podem seguir um tratamento à base de alimentos terapêuticos a partir de casa, o que irá evitar expor as crianças ao risco de infeções hospitalares e doenças, acrescenta.
Outra orientação que a OMS mudou refere-se ao tratamento de crianças gravemente desnutridas com o VIH, vírus que causa a SIDA, aconselhando a triagem de rotina para a doença em países onde a enfermidade é mais comum, além de iniciar os tratamentos combinados para crianças seropositivas com comida especial e antibióticos.
A OMS recomenda, pela primeira vez, nas suas novas diretrizes, uma alimentação baseada no uso exclusivo do leite materno durante os primeiros seis meses de vida das crianças, por proporcionar uma ótima proteção contra a infeção.
A organização coloca ênfase especial sobre os bebés gravemente desnutridos e insta os serviços de saúde para darem apoio especial às mães que não podem amamentar.
SAPO Saúde
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