A missão humanitária, subsidiada pela Fundação Champalimaud, contou com uma equipa de Coimbra, uma de Hyderabad, na Índia, e outra de São Paulo, no Brasil, tendo percorrido diversas localidades de difícil acesso na região de Baixo Amazonas (norte do Brasil), onde realizaram entre "400 a 500" cirurgias oftalmológicas, disse à agência Lusa o diretor da Faculdade de Medicina e participante na iniciativa, Joaquim Murta.

Para além de cirurgias às cataratas e “pterigium” (crescimento anómalo de tecido sobre a córnea), a equipa disponibilizou "óculos gratuitos" às populações, referiu.

"Andámos em diferentes localidades, no meio da selva amazónica", indo sempre, através de barco, a zonas onde as pessoas não recebiam "nenhuns cuidados oftalmológicos".

Nos locais onde operou, "a principal doença é o abandono", tendo encontrado pessoas que "já estavam cegas há dez anos", devido ao não tratamento das suas doenças, disse à agência Lusa o médico de Coimbra.

O bloco de operações era montado de madrugada, "com todo o material necessário", com os doentes já preparados uma semana antes por uma equipa brasileira, contou.

Segundo Joaquim Murta, "a grande maioria das cirurgias correu muito bem", estando agora a equipa a aguardar dados dos pacientes, que estão a ser acompanhados no terreno.

"Foi uma experiência muito enriquecedora", frisou Joaquim Murta.

A equipa percorreu os rios Solimões e Amazonas e esteve em localidades como Urucará, Parintins, Barreirinha e Maués, no norte do Brasil.

Para além de Joaquim Murta, a equipa do CHUC contava com os médicos João Póvoa e Filipe Rito e a enfermeira especialista em oftalmologia, Rosário Fernandes.