Mais de 8.200 pessoas morreram por overdose de heroína em 2013, quase o dobro das registadas em 2011, segundo o relatório da Vital Signs divulgado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC).

Além disso, também o consumo de heroína entre mulheres duplicou desde 2002 ao alcançar 1,6 mulheres em cada 1.000 em 2013.

No mesmo período, o uso deste narcótico em termos gerais aumentou 50%, para 3,6 consumidores em cada 1.000 pessoas. Atualmente, cerca de 500.000 pessoas são dependentes de heroína nos Estados Unidos, explicou o diretor do CDC, Tom Frieden.

"O consumo de heroína está a aumentar rapidamente em quase todos os grupos demográficos e, devido a este aumento, estamos perante um aumento das mortes", disse.

Risco de morte

"Cerca de uma em cada 50 pessoas viciadas em heroína podem morrer anualmente por causa da dependência", afirmou Frieden.

"Esta é uma proporção bastante elevada e devemos refletir sobre o perigo que é o vício em heroína e o risco de ter fontes de fornecimento de heroína cuja pureza pode mudar rapidamente".

O relatório do CDC baseia-se numa análise de dados de 2002 a 2013 recolhidos na Pesquisa Nacional sobre Saúde e Consumo de Drogas.

Uma das razões-chave que explicam o aumento do consumo de heroína - um derivado da morfina - é o aumento de pessoas viciadas em medicamentos de uso controlado, que contêm os mesmos ingredientes ativos que a heroína, explicou Frieden.

Segundo ele, alguns viciados em remédios têm a ideia equivocada de que podem usar heroína como um substituto dos analgésicos prescritos.

"Em geral, o que descobrimos é que quanto maior a taxa de consumo de opiáceos, maior é a taxa de consumo de heroína".

Outra razão, acrescentou Frieden, é o baixo custo desta droga que pode ser facilmente conseguida nas ruas: custa cinco vezes menos que um analgésico de uso controlado.

Na década estudada, as mortes por overdose de heroína quase quadruplicaram.