Nos Estados Unidos, vários estados e cidades, de Nova Iorque na costa leste até Seattle na costa oeste, voltaram a adotar medidas nos últimos dias para tentar travar a segunda onda do coronavírus. O número de casos no país, o mais afetado do mundo, supera 11 milhões, com mais de 247.000 mortos.

O presidente eleito Joe Biden advertiu que "mais pessoas podem morrer" se Donald Trump se negar a cooperar com a equipa de transição na resposta nacional à COVID-19, incluindo a distribuição rápida de vacinas.

As esperanças mundiais de superar a pandemia de COVID-19 aumentaram na segunda-feira, quando o laboratório americano Moderna anunciou que a sua vacina experimental mostrou uma eficácia de 94,5%. Uma semana antes, os laboratórios Pfizer (EUA) e BioNTech (Alemanha) afirmaram que a sua vacina, também em fase experimental, tem uma eficiência de 90%.

Nos Estados Unidos, as duas vacinas podem ser autorizadas pela Administração de Medicamentos e Alimentos (FDA) na primeira quinzena de dezembro, informou na segunda-feira  Moncef Slaoui, gerente científico da Operação "Warp Speed", criada por Trump para imunizar a população americana.

Isto permitiria vacinar 20 milhões de americanos, com prioridade para os mais idosos e pessoas em situação de risco, a partir da segunda semana de dezembro, e depois outros 25 milhões por mês a partir de janeiro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) celebrou as notícias "promissoras", mas advertiu que faltam meses para uma disponibilidade generalizada e expressou preocupação com o aumento dos casos em muitos países.

"Os países que estão a deixar que o vírus se propague sem controlo estão a brincar com o fogo", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

França com planos para janeiro

Em França, o governo "prepara-se para distribuir uma vacina contra a COVID-19" a partir de janeiro, em caso de aprovação, e para isto prevê um orçamento de 1,5 mil milhões de euros para 2021, afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Executivo, Gabriel Attal. "Preparamos uma campanha de vacinação para que esteja pronta no momento em que as autoridades de saúde europeias e nacionais aprovarem uma vacina", explicou.

A França registou 508 mortes nas últimas 24 horas, mas o número de contágios caiu para o menor nível em várias semanas, de acordo com os dados oficiais. Ao mesmo tempo, as hospitalizações por COVID-19 bateram um recorde, com 33.466 pessoas internadas.

Na vizinha Bélgica, o governo anunciou a intenção de aplicar as futuras vacinas em pelo menos 70% da população, ou seja, 8 milhões de pessoas, e garantir a gratuidade para cada cidadão.

Apesar do otimismo provocado pelo anúncio da Moderna, as medidas de restrição continuam na Europa.

A Áustria inicia nesta terça-feira um segundo confinamento, com o encerramento de escolas e comércios considerados não essenciais e pedidos para que a população permaneça em casa, duas semanas depois de um confinamento parcial que não deu resultados.

Até 6 de dezembro, sair de casa será autorizado apenas em circunstâncias bem específicas (compras de alimentos, motivos profissionais ou médicos, desporto ou passeio curtos).

Relativamente a salvo durante a primeira onda, o país de 8,9 milhões de habitantes, um dos primeiros a optar por um confinamento completo na primavera (hemisfério norte), registou na segunda-feira 4.657 contágios, contra "apenas" 1.000 no início de outubro, e o sistema hospitalar começa a enfrentar risco de colapso.

Recorde de mortes na Rússia

A pandemia também afeta com força a Rússia, que registou esta terça-feira um novo recorde diário de mortes provocadas pela COVID-19, com 442 óbitos, enquanto se agrava nas regiões, com muitos hospitais lotados, assim como necrotérios.

Na segunda-feira, o ministro da Saúde, Mikhail Murashko, afirmou que 84% dos leitos de hospital dedicados ao coronavírus estavam ocupados.

Na Itália, que regista mais de 500 mortes diárias por COVID-19, as autoridades de saúde anunciaram inspeções em mais de 230 casas de repouso e encontraram infrações em 37 unidades. Quatro estabelecimentos foram fechados.

No Reino Unido, país mais afetado da Europa pela pandemia, com mais de 52.000 mortos e que tem Inglaterra e Gales confinadas pela segunda vez, o primeiro-ministro Boris Johnson está novamente em quarentena.

Johnson, que chegou a ser internado em abril depois de ter sido infetado pela COVID-19, voltou a isolar-se por precaução após uma reunião com um parlamentar contagiado.

A pandemia de COVID-19 provocou pelo menos 1.328.048 mortos resultantes de mais de 55 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 3.472 pessoas dos 225.672 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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