O risco de cancro do colo do útero para as mulheres com DIU é um terço mais pequeno do que para as mulheres que não usam este dispositivo, segundo uma revisão publicada esta semana na revista médica Obstetrics and Gynecology, que analisou 16 estudos feitos com base em dados de 12.000 mulheres.
"O padrão [de diminuição de risco] que encontrámos é impressionante. Não é nem um pouco subtil", comenta a autora principal do artigo, Victoria Cortessis, professora associada de medicina clínica preventiva na Keck School of Medicine na Universidade do Sul da Califórnia.
"A possibilidade de uma mulher controlar o risco de cancro ao mesmo tempo em que toma decisões contraceptivas pode ser muito impactante", acrescentou.
Duas opções em análise
Os investigadores não têm certeza por que motivo o risco deste tipo de cancro diminui nas mulheres com DIU, mas uma das teorias é que esses dispositivos estimulam uma resposta imunitária que ajuda a combater infeções causadoras de cancro, como o vírus do papiloma humano (HPV).
Outra possibilidade é que, quando estes dispositivos são removidos, as mulheres são sujeitas a raspagens que removem células pré-cancerosas e que podem degenerar em tumores.
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Segundo os cientistas, são necessárias mais investigações para perceber o mecanismo por detrás desta diminuição de risco.
"Se pudermos demonstrar que o corpo monta uma resposta imune face à colocação do DIU, por exemplo, então poderemos começar a investigar se um DIU pode limpar uma infeção persistente por HPV em ensaios clínicos", comentou a coautora do estudo Laila Muderspach, presidente de obstetrícia e ginecologia na Keck School.
O cancro do colo do útero mata 270.000 mulheres por ano e afeta mais de 528.000, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
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