O laboratório americano Merck anunciou esta segunda-feira (25) a interrupção do desenvolvimento de duas vacinas contra a COVID-19, uma delas desenvolvida com o Instituto Pasteur da França, depois de mostraram eficácia inferior às vacinas desenvolvidas por outras empresas.
Os resultados dos primeiros ensaios clínicos com ambas as vacinas, batizadas V590 e V591, mostraram que "a resposta imunológica foi inferior à provocada por uma infeção natural e à relatada por outras vacinas" contra a COVID-19, explicou a companhia em comunicado.
O abandono desses dois projetos de imunizantes contra o coronavírus ocorre num momento em que os laboratórios que já receberam autorização para a sua própria vacina enfrentam dificuldades para atender à alta procura mundial.
O laboratório francês Sanofi, por sua vez, já tinha anunciado em dezembro que a sua vacina tinha sofrido atrasos e não estaria disponível até ao final de 2021, após obter resultados menos satisfatórios do que o esperado.
Em contrapartida, a Merck planeia continuar a sua pesquisa sobre dois tratamentos para a COVID-19.
Os primeiros resultados dos ensaios clínicos sobre o projeto batizado como MK-7110 mostram uma redução de mais de 50% no risco de morte ou insuficiência respiratória em pacientes hospitalizados com formas moderadas a graves da COVID-19, informou a empresa. Espera-se que os resultados completos sejam publicados ainda neste primeiro trimestre.
O outro medicamento se chama molnupiravir e é desenvolvido pela empresa americana Ridgeback Bio. Os primeiros resultados do ensaio clínico em curso sobre a sua eficácia também devem ser conhecidos antes do final de março.
Merck continuará a avaliar o potencial das plataformas baseadas nos vírus da rubéola e da estomatite vesicular.
O grupo americano registará perdas financeiras nas suas contas no quarto trimestre, como resultado da paralisação das suas pesquisas sobre as vacinas contra a COVID-19, mas não especificou o seu valor.
A pandemia de COVID-19 provocou, pelo menos, 2.121.070 mortos resultantes de mais de 98,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Desde o final de dezembro está em curso na União Europeia o processo de vacinação com o fármaco da Pfizer/BioNTech e, em meados deste mês, começou também a ser usada a vacina da Moderna.
O processo de vacinação está, contudo, a ser marcado por várias críticas relacionadas com a produção insuficiente para todos os países da UE, o que já levou a atrasos na distribuição.
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