Além do Hospital de São José, onde decorreu o protesto, a Plataforma contesta o encerramento dos Hospitais dos Capuchos, Curry Cabral, Santa Marta, Estefânia e da Maternidade Alfredo da Costa.

Estes hospitais devem encerrar quando forem substituídos pelo novo Hospital de Lisboa Oriental, que será gerido em regime de Parceria Público-Privada e que deverá estar pronto em 2022, segundo estimativas do Governo, depois da autorização, em novembro, do lançamento do concurso.

"Atendendo que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) atualmente já não tem capacidade de resposta para as necessidades, nós entendemos que um hospital novo, que vai ter menos 400 camas, vai ter menos 40% de blocos operatórios, vai ter menos cerca de 2.000 trabalhadores, é para piorar e não para melhorar", disse à Lusa Fátima Amaral, porta-voz da Plataforma.

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A Plataforma defende que os seis hospitais devem manter-se em funcionamento após a abertura do novo hospital, "até porque são hospitais que têm especialidades que mais nenhum tem e muitos deles servem a população a nível nacional e não só a Grande Lisboa".

"No nosso entender, o que é necessário são novos hospitais públicos e os que estão serem melhorados. Significa mais investimento no SNS, mais investimento para recrutar mais pessoal, para comprar melhor equipamento e para melhorar as condições de trabalho dos seus profissionais e as condições de atendimento", acrescentou Fátima Amaral.

Plataforma quer ir ao Parlamento

Depois de ter tido ações de visibilidade junto de utentes e profissionais dos hospitais em causa, a Plataforma pretende agora ser recebida pelos grupos parlamentares na Assembleia da República e pelo ministro da Saúde.

A Plataforma Lisboa Em Defesa do SNS é constituída por, pelo menos, 11 entidades, entre sindicatos de profissionais de saúde e utentes.

A nova unidade hospitalar, anteriormente denominada Hospital de Todos-os-Santos, já teve um concurso lançado em 2008, então pelo Governo de José Sócrates, mas a decisão de adjudicação ao consórcio vencedor foi anulada no final de 2013.