8 de julho de 2014 - 10h22
Os médicos voltam hoje à rua do Ministério da Saúde para, vestidos com batas brancas, manifestarem a sua indignação contra algumas medidas que dizem ameaçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e para cumprir dois dias de greve.
O protesto, que começou às 00:00 de hoje e decorre até às 24:00 de quarta-feira, foi convocado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e conta com o apoio da Ordem, de várias associações do setor e também de pensionistas e doentes.
Para Mário Jorge Neves, dirigente da FNAM, “a política que tem vindo a ser desenvolvida de forma até encoberta, dissimulada, é uma política que visa desarticular e destruir os serviços públicos” de saúde.
O sindicalista afirmou que “os médicos sofrem hoje múltiplas restrições no seu desempenho profissional, estão confrontados com limitações ao exercício pleno das suas funções profissionais e sentem que cada dia que passa a qualidade assistencial se vai degradando e a capacidade de resposta dos serviços vai diminuindo”.
“Um dos objetivos que pretendemos atingir é forçar o Ministério da Saúde a um diálogo sério. Não é dialogar por dialogar. Queremos um diálogo sério e com pessoas que tenham uma postura política séria do outro lado”, disse.
Este é a segunda greve de médicos que Paulo Macedo enfrenta, tendo a primeira decorrido há dois anos.
Ao contrário da greve de 2012, esta greve não terá a participação do Sindicato Independente dos Médicos (SIM) que, no dia em que foi anunciada esta forma de luta, explicou que não aderia.
Na altura, o secretário-geral do SIM disse que o sindicato não participaria na greve pois "não desiste de dialogar e negociar com o Ministério da Saúde, porque entende que esse é o caminho que melhor defende e serve os interesses dos médicos seus associados".
A greve acolhe o apoio de diversas associações de profissionais de saúde, como a Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-AN), que disse nãopoder “deixar de estar solidária com os portugueses, que necessitam cada vez mais de um SNS de proximidade e qualidade e que exprimem crescentes dificuldades em manterem um nível de vida digno”.
Também a Associação Portuguesa de Empresas de Segurança e Saúde no Trabalho (APEMT) anunciou que estará presente na concentração em frente ao Ministério da Saúde.
Igualmente do lado da greve está a Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, a Federação das Associações de Reformados, Pensionistas e Idosos do distrito do Porto e a associação de doentes SOS Hepatites.
Por Lusa