A disfunção erétil afeta cerca de 13% da população masculina portuguesa e traduz-se na incapacidade de atingir ou manter uma ereção suficiente para se ter uma relação sexual satisfatória e mostra-se através de vários sintomas: o indivíduo é incapaz de alcançar uma ereção, o pénis não atinge rigidez suficiente para uma penetração ou a ereção não é mantida até ao fim da relação.

Uma das causas da disfunção erétil é a doença de Peyronie, um distúrbio do tecido conjuntivo que envolve o crescimento de placas fibrosas no tecido do pénis, que afeta entre a 1 a 4% dos homens.

Segundo a fisioterapeuta urogenital, Joana da Ponte, "esta patologia começa com a formação de uma pequena cicatriz, não se sabendo com rigor a etiologia, mas pensa-se que deriva de microtraumatismos penianos, que podem acontecer através da masturbação ou durante as relações sexuais, em que há uma rutura dos vasos sanguíneos".

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Segundo a especialista, "se não for tratada no tempo adequado, formará uma fibrose, que poderá resultar em diversas consequências, designadamente dor, alterações morfológicas, quando o pénis está ereto [curvatura], podendo mesmo impedir a penetração".

Diagnosticada pela primeira vez ao Rei Sol

A doença de Peyronie foi diagnosticada pela primeira vez na corte francesa ao rei Luís XIV, o o Rei Sol.

De acordo com o cirurgião plástico Biscaia Fraga, a doença afeta sobretudo homens entre os 45 e os 60 anos, mas também ocorre em indivíduos mais jovens, com pouco mais de 20 anos. O tratamento, considerado inovador a nível mundial, envolve duas fases: a cirurgia e a fisioterapia.

"A técnica morfológica mais comum implica reduzir o pénis, de forma a colocá-lo direito. Ao contrário desta técnica, a nossa perspetiva reconstrutiva é tratar a fibrose, a tal cicatriz, fazer com que desagregue, e regenerá-la com Fatores de Crescimento. Ao corrigirmos a curvatura, aumentamos também a dimensão do próprio pénis", explica o cirurgião plástico Biscaia Fraga.