
"Estamos completamente inoperacionais. Das cinco ambulâncias de socorro, não temos nenhuma disponível por falta de macas. Neste momento, não tenho resposta para uma emergência que possa acontecer", revelou o comandante dos Bombeiros Voluntários da Maceira, Luís Ferreira.
Este comandante já informou o INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica], o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Coimbra e referiu que iria contactar o presidente da Câmara de Leiria.
"A maca que temos há mais tempo no hospital está retida desde a noite de domingo. As outras foram ficando ao longo deste período. O hospital alega que há um pico elevado de admissões. Acreditamos que também estão com dificuldades, mas preocupa-nos que todas as corporações estejam com este problema", sublinhou Luís Ferreira.
Os Bombeiros Voluntários de Leiria têm macas 14 horas retidas nas Urgências: "Como não têm macas para os doentes, ficam com as nossas. As ambulâncias ficam inoperacionais por falta de material", afirmou o comandante Luís Lopes, revelando que na sua corporação ficaram com seis veículos fora de serviço.
Luís Lopes acrescentou que a retenção de macas é um problema que se coloca durante todo o ano, mas "agudiza-se quando há surtos".
"O hospital está a reter ilegalmente material que não é deles e nunca quis falar connosco. Se tivermos uma situação mais grave vão depois culpar os bombeiros ou o INEM por falta de resposta, quando não temos maca para ir a um socorro", insistiu.
Com duas macas de reserva, os Bombeiros Voluntários da Marinha Grande têm tentado gerir com recurso a este material.
"Por vezes, permite deixar lá uma maca e substituí-la pela suplente. Mas isso só sucede quando há material compatível e nem todas [macas] o são", disse o comandante Vítor Graça.
Mas, quando não é possível, os bombeiros são obrigados a declarar a ambulância inoperativa.
"Apesar de o hospital reclamar quando deixamos lá as macas, a verdade é que quando não têm camas utilizam as nossas", acrescentou Vítor Graça.
A agência Lusa tentou obter esclarecimentos junto do Conselho de Administração do Centro Hospital de Leiria, mas ainda não foi possível.
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