O projeto é apresentado esta tarde numa cerimónia nos Claustros Mosteiro da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, para a qual estão convidadas entidades autárquicas e empresariais do concelho.
“Estamos à procura de mecenas. Já temos entidades privadas que se comprometeram em ajudar e a concordância da administração do hospital. Queremos que aconteça muito em breve. O hospital de Gaia tem uma superfície muito grande. Os equipamentos de apoio aos utentes estão muito dispersos e o ‘tuk-tuk’ servirá para minimizar os constrangimentos e ajudar na mobilidade”, disse o responsável da LACHG, Joaquim Massena.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Liga falou na “concretização de um sonho” e especificou que a aquisição deste veículo elétrico “pode, de acordo com o levantamento já feito, custar entre 15 a 20 mil euros”.
O projeto passa por criar um circuito dentro do hospital para que as pessoas saibam que, entre 5 a 10 minutos, “passa ali um ‘tuk-tuk’ que as pode levar de um ponto a outro com conforto”.
A condução do veículo, bem como o auxílio aos utentes para entrar e sair do equipamento, será assegurada por voluntários.
“A Liga tem a função de dar e não espera nada em troca. A Liga prepara-se para contribuir para a felicidade das pessoas quer sejam doentes, quer sejam as famílias”, disse Joaquim Massena.
O presidente da LACHG, que tomou posse em fevereiro para um novo mandato, recordou também os projetos ligados à área de oncologia ou da saúde mental, entre outros, nos quais colaboram dezenas de voluntários.
A apresentação de hoje, que assinala o 33.° aniversário da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar de Gaia, também servirá para apresentar à comunidade de Vila Nova de Gaia “outro sonho”, o equipamento de cuidados paliativos ou continuados a instalar na antiga fábrica dos pijamas em Oliveira do Douro.
O espaço existe, foi doado à LACHG e o projeto, que será alvo de candidatura a fundos europeus, está em apreciação na Câmara Municipal local.
De acordo com a diretora técnica da Liga, Carolina Viana, as valências do espaço vão ser definidas conforme as necessidades da região.
“Queremos crer que os paliativos estão mais aquém do que os continuados, mas vai ser definido após um estudo participado por todas as entidades”, disse Carolina Viana à Lusa.
Ainda sem data, nem orçamento final, o equipamento terá capacidade para 15 a 20 camas.
Joaquim Massena referiu que “na região Norte só há dois equipamentos desta natureza”, enquanto Carolina Viana contou que, “no pós-covid, com a retoma do voluntariado de cabeceira, uma das enfermarias que fez mais pressão e solicitou o regresso de voluntários foi a unidade de cuidados paliativos”.
“Um doente paliativo não é, obrigatoriamente, um doente com um destino traçado, mas é um doente com poucas probabilidades de recuperação e a manutenção e dignidade na dor é importante”, referiu.
Carolina Viana lamentou que atualmente as transferências de utentes “desenraíze muitas vezes as pessoas”.
“Por vezes a morte chega pela tristeza porque deixam de ter todos os dias alguém que lhe segura a mão e trate pelo nome”, disse.
A LACHG tem atualmente 1.500 sócios ativos e cerca de 40 voluntários no ativo, números que ambiciona aumentar.
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