Em conferência de imprensa hoje em Lisboa, Graça Freitas adiantou que todos os duches do hospital CUF Descobertas, em Lisboa, estão encerrados por precaução, indicando que doentes e profissionais têm de decorrer a outras formas de higienização.

22 doenças muito estranhas
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A diretora-geral admitiu aos jornalistas que um surto de `legionella´ com origem em chuveiros tem menor dimensão do que uma com origem em torres de refrigeração, como o que aconteceu no hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Isto porque as torres de refrigeração têm uma maior capacidade de disseminar partículas infetadas que podem ser inaladas por um maior número de pessoas.

Seis infetados até agora

Até ao momento, há seis infetados, quatro deles foram diagnosticados durante o dia de sábado e dois foram confirmados já hoje.

No total são cinco mulheres e um homem, havendo duas funcionárias, três doentes e uma acompanhante que, contudo, dormiu e tomou banho nesta unidade de saúde privada.

Graça Freitas explicou que os primeiros dois casos foram detetados no sábado ao final da tarde e que outros dois foram detetados no sábado já de noite. Os sintomas dos primeiros doentes iniciaram-se por volta do dia 23 deste mês. “Houve de imediato comunicação às autoridades de saúde por parte do hospital, tal como tinha acontecido no São Francisco Xavier”, declarou a responsável.

As autoridades iniciaram investigação epidemiológica e ambiental, incluindo a colheita de águas, cujas amostras foram enviadas para o Instituto Doutor Ricardo Jorge, mas ainda sem resultados definitivos.

O hospital procedeu ainda a um choque térmico e a um choque químico nas águas, formas de parar a infeção, mas os chuveiros da unidade CUF Descobertas permanecem todos desligados.

“A fonte de transmissão em princípio está interrompida”, refere Graça Freitas,

A primeira preocupação das autoridades foi caracterizar o percurso destes doentes e a investigação ambiental deverá ainda incluir “um perímetro” em torno do hospital, mas a diretora-geral da Saúde refere que “nada indica” que a fonte seja externa à unidade de saúde.

Também presente na conferência de imprensa, o delegado de saúde pública Mário Durval sublinhou que “em menos de 24 horas as autoridades de saúde tomaram as medidas de saúde pública que se impunham”, quer no caso do CUF Descobertas, quer no São Francisco Xavier.

O próprio delegado de saúde indicou ainda que hoje à tarde vai dirigir-se ao hospital CUF Descobertas para tentar esclarecer “mais aprofundadamente” a situação, nomeadamente no que respeita às instalações.

A bactéria ‘legionella’ é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até dez dias.

A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.

233 casos em apenas um ano

Portugal registou no ano passado 233 casos de infeção por legionela, sendo 174 casos isolados e 59 do surto do hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

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Os dados oficiais, embora ainda provisórios, foram hoje revelados pela diretora-geral da Saúde numa conferência de imprensa destinada a fazer o ponto da situação do surto de legionela detetado no sábado no hospital privado CUF Descobertas, em Lisboa.

Segundo Graça Freitas, o surto ocorrido em novembro no hospital São Francisco Xavier provocou 59 infetados e cinco mortos.

Anteriormente, o balanço apontava para seis vítimas mortais, mas concluiu-se que um dos infetados que acabou por morrer teve outra causa de morte que não a da infeção por legionela, da qual acabou por se curar.