Das várias experiências realizadas em laboratório, os novos polímeros, desenvolvidos no âmbito de um projeto que tem como objetivo final a invenção de um revestimento antibacteriano (uma espécie de verniz) para aplicação em unidades de saúde, "demonstraram elevada atividade contra um vasto leque de estirpes indicadoras da atividade contra bactérias patogénicas e outras, ou seja, as bactérias foram exterminadas quando colocadas em contacto com os polímeros", explicam Jorge Coelho e Paula Morais, coordenadores do estudo.

Evite infeções e não coma estes 10 alimentos crus
Evite infeções e não coma estes 10 alimentos crus
Ver artigo

"Manipulando a estrutura do polímero, é possível garantir um desempenho eficaz face a um espectro alargado de bactérias, de forma completamente segura", realçam os docentes dos departamentos de Engenharia Química e de Ciências da Vida da FCTUC, respetivamente, num comunicado daquela universidade.

Eliminar o problema antes dele existir

Considerando o problema da resistência a antibióticos, esta investigação assume particular relevância porque "permite eliminar as bactérias antes de acontecer a transmissão".

"Como é sabido, uma larga maioria das infeções acontece em ambiente hospitalar, sendo por isso essencial investigar formas inovadoras de as prevenir e combater. Esta nova geração de polímeros demonstrou a capacidade de eliminar as bactérias, mesmo as mais resistentes, evitando a sua proliferação. É um método completamente seguro, que recorre a materiais biocompatíveis, inócuos para o ser humano", frisam os investigadores.

(Da esquerda para a direita) Patrícia Mendonça, Mariana Almeida, Jorge Coelho, Carla Dias, Madson Santos, Arménio Serra, Paula Morais.
(Da esquerda para a direita) Patrícia Mendonça, Mariana Almeida, Jorge Coelho, Carla Dias, Madson Santos, Arménio Serra, Paula Morais créditos: Universidade de Coimbra

O método de produção testado em laboratório é aplicável à escala industrial, facilitando assim a sua introdução no mercado.

Se tudo correr como o previsto, os investigadores estimam que o novo revestimento antimicrobiano possa entrar no circuito comercial dentro de dois a três anos, salientam os investigadores.

O estudo é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e conta com a colaboração da Faculdade de Engenharia do Porto (FEUP). Os resultados obtidos foram publicados na prestigiada revista científica Biomacromolecules.