Analisando os dados demográficos de mais de 40 países, investigadores de Nova Iorque descobriram que o limite para o aumento do tempo máximo de vida, em curso há vários anos, "já foi atingido" na década de 1990.

O limite foi alcançado em 1997 - o ano em que a francesa Jeanne Calment morreu com a idade recorde de 122 anos e 164 dias.

"A tendência desde então para as pessoas mais velhas do mundo tem sido em torno de 115 anos de idade", disse à AFP o coautor do estudo Brandon Milholland, do Albert Einstein College of Medicine.

Isto aconteceu apesar de a expectativa de vida média continuar a aumentar, à medida que a assistência médica, a nutrição e as condições de vida melhoram.

Por outras palavras, mais pessoas estão a viver até uma idade mais avançada nos dias de hoje, mas os indivíduos com vidas excecionalmente longas não estão a envelhecer tanto quanto antes. "Prevemos que esta (tendência) vá permanecer estável no futuro próximo", disse Milholland.

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"É possível que alguém possa ter uma vida ligeiramente mais longa (do que 115 anos), mas as hipóteses de qualquer pessoa no mundo sobreviver até aos 125, em qualquer ano, é menos de uma em 10.000".

Tudo isto pode vir a ser alterado, é claro, por um importante avanço médico ou tecnológico - o tão procurado elixir da vida. "Nós não podemos eliminar a possibilidade de um avanço que vai ampliar o tempo de vida mais para frente, mas este teria que ser diferente de tudo já visto antes", disse Milholland.

Limite natural

"Os avanços médicos das últimas décadas podem ter aumentado a esperança de vida e a qualidade da mesma, mas não fez nada para aumentar o tempo de vida máximo", acrescentou o investigador.

De acordo com os cientistas, a esperança de vida subiu quase continuamente em todo o mundo desde o século XIX.

Bebés nascidos nos Estados Unidos hoje, por exemplo, podem viver até os 79 anos, contra os 47 para os americanos que nasceram em 1900.

Desde os anos 1970, a esperança máxima de vida também aumentou, mas agora parece ter atingido um limite.

Isto sugere que pode haver um limite biológico para o tempo de vida humana - apesar da esperança que algumas pessoas podem ter de encontrar a fonte da juventude.

"Os nossos resultados sugerem fortemente que o tempo de vida máximo dos seres humanos é fixo e sujeito a condicionantes naturais", escreveu a equipa.

Num comentário ao estudo, Stuart Jay Olshansky, da Universidade de Illinois, Chicago, escreveu na revista científica Nature que isto era um lembrete de que "a humanidade está a aproximar-se de um limite natural para a vida".