24 de junho de 2013 - 17h55
Responsáveis do Infarmed e da Apifarma disseram hoje que não está provado o risco dos resíduos farmacêuticos na saúde humana, mas garantiram que vão ser implementadas medidas para evitar ou minimizar esse risco.
"Ainda não foi provado, até agora, com nenhum medicamento, em várias publicações internacionais, o risco dos resíduos do medicamento na saúde humana e na água de bebida, essencialmente na água de bebida", referiu à agência Lusa Leonor Meisel, em Coimbra, onde participou no seminário internacional "Fármacos no Ambiente: visão global e futuro".
A especialista, que representou o presidente do Infarmed, defendeu, no entanto, que o "bilhete de identidade" dos medicamentos deve recomendar a sua eliminação de acordo com os requisitos da legislação de cada país.
Leoner Meisel salientou ainda que os médicos, ao receitarem medicamentos, devem considerar o seu impacto ambiental, a dose a tomar pelo paciente e transmitir a mensagem do possível impacto dessa substância no meio ambiente.
"São muito importantes as recomendações com a utilização, uso e possível impacto dessas substâncias no meio ambiente", sublinhou a especialista, considerando que é necessário "educar os consumidores sobre a correta eliminação do lixo farmacêutico".
Também Heitor Costa, da Apifarma, salientou à Lusa que um estudo da Organização Mundial de Saúde, de 2011, concluiu que não "há nenhum impacto negativo" dos resíduos dos medicamentos na saúde humana, embora se "saiba que podem provocar algumas alterações".
"Não podendo, hoje em dia, as sociedades prescindir dos efeitos positivos dos medicamentos na saúde humana e veterinária, temos de trabalhar em conjunto, o que já acontece, para evitar que os medicamentos químicos tenham impactos negativos na saúde humana, por via da sua produção", frisou.
Segundo Heitor Costa, a indústria farmacêutica está empenhada em investir num estudo de possíveis impactos que neste momento não estão demonstrados.
O seminário internacional "Fármacos no Ambiente: visão global e futuro" tem como objetivo debater o atual estado da ciência na área da "ecofarmacovigilância" e criar uma rede de trabalho para minimizar o efeito do risco ambiental do medicamento.
Participaram na iniciativa, especialistas das diversas áreas de atuação, academia, empresas e entidades ligadas ao setor do medicamento, do ambiente e gestores de redes de água.
Lusa