"Senti que há vontade de revitalizar os serviços que o hospital pode oferecer. A lógica são os cuidados de saúde de proximidade. É importante que a população perceba que tem outras valências às quais pode aceder sem necessidade de recorrer a hospitais de maior dimensão e mais distantes. Esta é uma unidade de saúde que presta cuidados de confiança", descreveu Isidro Figueiredo.

O autarca falava à agência Lusa após uma reunião com o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, na qual também participou Miguel Paiva, presidente do Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (CHEDV), estrutura à qual pertence o Hospital São Miguel localizado em Oliveira de Azeméis mas que serve também a população de Arouca e Vale de Cambra, num total superior a 100 mil pessoas.

Isidro Figueiredo admitiu que "o hospital tem vindo nos últimos tempos a perder algumas valências", situação que o "preocupa", mas, destacando o "excelente acolhimento" quer do representante da tutela, quer do CHEDV, o autarca apontou ter percebido que "nos últimos anos, em particular em 2016 e 2017, se está a tentar inverter esta tendência [de perda de valências]".

Além de um investimento de cerca de 100 mil euros nas coberturas da unidade hospitalar de Oliveira de Azeméis - uma das três do CHEDV que soma os hospitais de São João da Madeira e Santa Maria da Feira - o autarca avançou que "há intensão de ampliar os serviços do hospital" e que "o secretário de Estado se mostrou muito sensível para promover brevemente novos recrutamentos" de forma a obter "mais eficácia nos internamentos" e "melhor conciliação" com o serviço de urgência.

Em matéria de novas valências, à reativação da pediatria e às consultas de oncologia que começaram este mês, Isidro Figueiredo somou o avanço "ainda neste primeiro semestre" da consulta de neurologia, o reforço da cardiologia com meios complementares de diagnóstico e destacou a "afirmação" da unidade de dor crónica que tinha sido colocada em São João da Madeira mas regressou a Oliveira de Azeméis com acupuntura.

Quanto à possibilidade de vir a ser construído um novo hospital neste concelho do distrito de Aveiro, o presidente da câmara reconheceu que este é "um sonho antigo" e garantiu que "não o deixará cair" mas reiterou como "bem-vindas" as novidades sobre investimento e valências.

"O objetivo é a criação de um hospital de raiz. Esse seria o cenário ideal e não é um projeto que se esteja a deixar cair, mas compreendemos que não é possível de momento. Portanto é bem-vindo o investimento no atual hospital para atenuar carências atuais", disse Isidro Figueiredo.

Em causa está um projeto, cujo estudo de viabilidade feito pela da Administração Regional de Saúde do Norte tem seis/sete anos, existindo um acordo entre as autarquias de Oliveira de Azeméis, Vale de Cambra e Arouca para a localização, bem como um terreno disponível.

Se vier a ser uma realidade, o novo hospital nascerá em Oliveira de Azeméis num terreno mais próximo de acessos a outros municípios.