A situação financeira do HFAR, agravada por uma dívida do Instituto de Ação Social das Forças Armadas que ultrapassa os 14 milhões de euros, foi o principal alerta deixado pela direção do hospital junto dos deputados da comissão parlamentar de Defesa Nacional, que visitaram na terça-feira as instalações do polo de Lisboa, no Lumiar.

Segundo fontes militares e parlamentares ouvidas pela Lusa, há cinco áreas que reclamam “obras urgentes” para as quais seriam necessários 4.680.000 euros, mas a despesa terá de ser autorizada pelo Ministério das Finanças.

10 doenças perigosas que não apresentam qualquer sintoma
10 doenças perigosas que não apresentam qualquer sintoma
Ver artigo

De acordo com dados que constam numa informação enviada ao Ministério da Defesa em junho, a que a Lusa teve acesso, entre os cinco “projetos críticos” para o HFAR está a instalação de uma central de segurança e vigilância, com custo estimado de 190 mil euros.

“A sua inexistência comporta riscos ao nível da segurança militar e da segurança do edificado do Campus de Saúde Militar, particularmente no que se refere ao controlo de acessos, da intrusão e da alarmística - incêndios, cadeias de frio, sistemas de elevação e gases medicinais”, é referido no documento.

A remodelação da cozinha, visando cumprir os normativos legais para a confeção própria, dietas hospitalares dos doentes internados, para criar “condições adequadas” de armazém, frio e de limpeza e para criar “circuitos autónomos” para o pessoal e fornecedores foi também um projeto identificado como “prioritário”, com custo estimado de 1,9 milhões de euros.

De acordo com fontes parlamentares presentes na visita, a direção do hospital manifestou “bastante preocupação” com o estado atual da rede de abastecimento de água para consumo, verificando-se que o reservatório apenas tem capacidade equivalente para o consumo de um dia e regista várias fugas. A rede de água quente também está em “elevado estado de degradação” e apresenta “roturas frequentes”, receando-se que afete o fornecimento ao hospital.

A ampliação do serviço de internamento, a instalação de um sistema de deteção de incêndios, a substituição do sistema de águas quentes e a atualização dos equipamentos de transformação e distribuição de energia elétrica são os outros projetos considerados críticos, é revelado no mesmo documento.