28 de novembro de 2013 - 15h48
Os três serviços de Oftalmologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), agora fundidos, são responsáveis anualmente por mais de 8.500 cirurgias, 80.000 consultas, 3.000 intervenções com laser e mais de 100.000 exames complementares.
O presidente do CHUC, Martins Nunes, revelou estes números à agência Lusa, a propósito da primeira intervenção de braquiterapia ocular feita em Portugal, evitando a deslocação do doente ao estrangeiro, como tem sucedido até agora.
O centro de tumores oculares do CHUC, responsável por esta primeira intervenção, e que foi totalmente financiado através de mecenato da Fundação EDP, vai evitar que 40 doentes por ano, em média, sejam tratados no estrangeiro.
“A Fundação EDP foi uma verdadeira fundação ´win-win´, que permitiu que Portugal desse uma nova esperança a estes doentes que, invariavelmente, teriam de ser tratados no estrangeiro”, disse à Lusa o presidente do CHUC.
Fonte oficial do CHUC disse à agência Lusa que a intervenção, realizada na quarta-feira, demorou cerca de uma hora e meia e consistiu na aplicação de uma placa com sementes radioativas na parte externa do globo ocular para tratar um tumor maligno intraocular.
A intervenção foi realizada em colaboração com o serviço de radioterapia e a equipa médico-cirúrgica, liderada por Rui Proença e Paula Alves, foi constituída por oftalmologistas, radioterapeutas e físicos nucleares.
A equipa teve ainda como consultores clínicos do centro nacional de referência para tumores oculares de Valladolid, Espanha, com quem o CHUC mantém colaboração científica.
O doente, que teria de ter viajado até à Suíça para ser operado, foi um homem de 59 anos e que deverá ter alta daqui a uma semana, após a remoção da placa, disse a mesma fonte à Lusa.
O centro de tumores oculares do CHUC foi inaugurado em outubro e permitirá, ainda de acordo com a mesma fonte, “o acesso dos cidadãos a cuidados de saúde altamente diferenciados, com os mais altos padrões de qualidade”.
“A criação deste Centro no CHUC tem capacidade de resposta para o tratamento de doentes com melanoma da úvea, portugueses e estrangeiros, possibilitando também a internacionalização desta área da medicina. Anualmente, eram tratados no estrangeiro cerca de 40 doentes portugueses a estes tumores oculares, que passarão a ser tratados em Coimbra”, explicou.
Em breve, serão operados mais três doentes.
Lusa