Um tribunal de Vigo condenou o Hospital Povisa a pagar uma indemnização de 60 mil euros a um homem que, em fevereiro de 2000, foi diagnosticado como portador de VIH/Sisa, hepatite B e hepatite C, sem estar infetado com nenhum dos vírus.

O diagnótico levou a família a afastar-se com medo de ser contagiada. A depressão acabou por levar este cidadão da Galiza a voltar a consumir droga e a estar preso.

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Sem emprego e isolado, o homem tentou suicidar-se várias vezes, foi internado por diversas ocasiões e ficou na miséria até descobrir que não estava doente.

Segundo o jornal El País, um juíz condenou agora o hospital a pagar uma indemnização de 60 mil euros e reconheceu que o diagnóstico causou uma "depressão grave" na vítima.

Críticas do juíz 

"Este é um caso particular de exclusão social, caracterizada pela dificuldade de continuidade do trabalho, ausência ou inadequação do apoio familiar ou comunitário, marginalização social e, claro, falta de consciência da população", disse na audiência o magistrado Luis Ángel Fernández Barrio.

O diagnóstico do VIH/Sida surgiu num relatório do Serviço de Traumatologia e Cirurgia Ortopédica em 2000 quando o cidadão fraturou uma perna. No documento lia-se: "Outros diagnósticos: VIH, VHB (hepatite B) e VHC (hepatite C)".

"É explicitamente reconhecido que houve um erro claro no diagnóstico, mantido por quinze anos", referiu o magistrado em tribunal.

Só 15 anos depois, enquanto estava preso, umas análises pedidas por um médico dos serviços prisionais e realizadas no Serviço de Microbiologia de Pontevedra confirmaram que o paciente não estava infetado com nenhum dos três vírus.