Falando aos jornalistas durante a apresentação do “Plano de Prevenção e resposta para o Outono/Inverno – Infeções Respiratórias”, o secretário de Estado adjunto do Ministro da Saúde, Fernando Leal da Costa, disse que a libertação dessas camas é uma das medidas previstas para dar resposta a um possível aumento da atividade gripal e de casos de infeção respiratória.

Fernando Leal da Costa avançou que alguns hospitais relataram a existência de uma ou duas dezenas de casos, dependendo da sua localização.

“Nos hospitais que visitámos, encontrámos um número que varia entre uma e duas dezenas, dependendo da dimensão do hospital e do local onde se situa”, afirmou.

Além da questão da ocupação de camas nos hospitais, que podem ser necessárias para doentes, designadamente em consequência da esperada atividade gripal deste inverno, Leal da Costa sublinhou a vulnerabilidade a novas infeções de um idoso que está internado num hospital já com alta clínica.

Para dar resposta a esta problemática, o Ministério da Saúde e o Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social estão a articular-se para acelerar a prioridade de admissão de idosos nos lares, tendo assinado, na terça-feira, um protocolo com esse objetivo.

Na altura, o ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou que irá “apoiar a abertura de novas unidades pertencentes ao setor social e solidário”, assim como garantir a manutenção e assistência de vagas em estabelecimentos residenciais para pessoas idosas, para retorno ou primeira residência de quem está internado no Serviço Nacional de Saúde.

Segundo Paulo Macedo, é ambição deste Governo resolver os casos sociais que estão nos hospitais, já que existe estrutura, capacidade e vontade.

O Ministério da Saúde revelou ainda ter pedido um levantamento de todos os lares existentes e da respetiva cobertura vacinal, assim como dos cuidados médicos e de enfermagem que prestam.

O plano de prevenção da Direção-Geral da Saúde revela que as coberturas vacinais nos lares rondam os 90%, “um indicador que é motivo de orgulho, por se tratar de pessoas triplamente frágeis: são idosas, mais vulneráveis e estão em lugares confinados”, explicou a subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

O Ministério da Saúde adquiriu este ano mais de um milhão de doses de vacina contra a gripe, num investimento de cerca de quatro milhões de euros, estimando-se que se tenham vacinado 60% dos idosos.

Graça Freitas sublinhou que as resistências que ainda existem à vacinação se prendem com o alegado receio dos efeitos secundários e lamentou esta “inversão da perceção do risco”.

“As pessoas devem ter medo da gripe, porque poderá dar complicações e dar morte, enquanto a vacina é segura e eficaz”, sublinhou.

Apesar de todas estas medidas de prevenção, o secretário de Estado salientou que a atividade gripal mais séria ainda não começou, que não há nenhuma ameaça de surto pandémico e que a atual vacina é eficaz contra o vírus mais agressivo neste momento em circulação (H3N2), por enquanto apenas nos EUA.

Este não é sequer um vírus novo, é já conhecido das autoridades de saúde, tendo sido um dos responsáveis pela gripe em 2012.