“Estamos sempre na disposição de agravar formas de luta, sempre que necessário”, disse à Lusa o dirigente da FNAM Noel Carrilho, a propósito das declarações do Sindicato Independente dos Médicos, que equaciona avançar com uma greve para os médicos internos do Serviço Nacional de saúde (SNS).

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Questionado sobre se a FNAM admite igualmente avançar para a greve, Noel Carrilho disse preferir aguardar pela reunião do Conselho Executivo da federação, na próxima semana, para que a federação possa tomar uma posição. “Ainda não reunimos, nem entre nós, nem com o SIM”, acrescentou.

O responsável sindical reconheceu, contudo, que não agrada à FNAM “a forma como os médicos internos têm sido tratados” e afirmou que “algo terá de ser feito para retratar as afirmações feitas sobre esta matéria”, referindo-se às declarações da ministra da Saúde, que numa entrevista à TVI este mês admitiu a possibilidade de avançar com formas de reter por algum período de tempo os recém-especialistas, após conclusão do internato, no SNS.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral do SIM, Roque da Cunha, disse já ter contactado a FNAM para conversações, tendo em vista o “endurecimento dos protestos”, indicando que pode passar por uma greve.

A comissão nacional de médicos internos do SIM manifestou-se esta semana indignada com declarações recentes da ministra da Saúde que “reforçam uma eventual proposta para a obrigatoriedade” de os internos ficarem no Serviço Nacional de Saúde após a conclusão do internato da especialidade.

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No documento a que a agência Lusa teve acesso, os médicos internos advogam que a capacidade de formação do SNS “está no limite” e lembram que os internos já são 9.000 neste momento.

O bastonário da Ordem dos Médicos já alertou nos últimos meses que sem os médicos internos o SNS se desmoronaria “como um castelo de cartas”.

A comissão dos médicos internos do SIM considera que os jovens médicos têm vontade de permanecer no SNS, mas avisa que é preciso criar condições para que isso aconteça, nomeadamente abrindo antecipadamente concursos e dando condições de trabalho.

Os internos apelam mesmo ao secretariado nacional do SIM para que avalie “todas as formas de luta” para preservar “a dignidade” que considera têm vindo a ser afetadas pelas declarações da ministra da Saúde.