Lançado hoje na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, o Registo de Saúde Eletrónico no Sistema Integrado de Gestão do Acesso ao Serviço Nacional de Saúde “permitirá ter uma visão integrada sobre a gestão do acesso ao Serviço Nacional de Saúde”, disse à agência Lusa Ricardo Mestre, vogal da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

A nova ferramenta pretende contribuir para a melhoria dos tempos de resposta aos utentes, mediante o cumprimento integral dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) e a adequada gestão das listas de inscritos para a prestação de cuidados de saúde no SNS, considerando a prioridade clínica de cada um.

Segundo o vogal da ACSS, esta “nova solução informática vai permitir ter uma visão completa e integrada de todo o trajeto do utente dentro do Serviço Nacional de Saúde”, desde a identificação de um problema até à sua resolução.

Vai permitir acompanhar a realização de consultas, de meios complementares de diagnóstico e terapêutica, inscrição para cirurgia e a sua realização, bem como a continuidade dos cuidados que é necessário assegurar a cada utente, disse, sublinhando que “é uma alteração do paradigma da gestão do acesso” ao SNS.

"Com esta nova solução informática também vai ser possível ultrapassar vários dos constrangimentos que têm vindo a ser identificados como estando associados aos atuais sistemas de informação”, salientou.

Os constrangimentos foram detetados em auditorias feitas pelo Tribunal de Contas, em inspeções feitas pela Entidade Reguladora da Saúde, pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e por outras entidades profissionais que têm vindo “a identificar áreas de melhoria nos atuais sistemas de informação e que esta nova solução vai permitir efetivamente responder”, salientou.

Do ponto de vista do utente, esta nova solução permitirá que as pessoas estejam mais envolvidas naquilo que é a evolução da resposta do Serviço Nacional de Saúde.

“O utente, através do Portal do Utente, poderá acompanhar a evolução da resposta à sua situação, como marcação da consulta, de meios complementares de diagnóstico, marcação de cirurgia e acompanhar a evolução dos tempos de resposta, das listas de espera”, disse Ricardo Mestre.

No fundo, vai passar a ter um “papel mais ativo naquilo que é a gestão das suas condições de saúde e da resposta que o Serviço Nacional lhe assegura”, vincou.

O projeto-piloto desta ferramenta informática, que está a ser desenvolvida pela ACSS em conjunto com os Serviço Partilhados do Ministério da Saúde, entidade responsável pelo desenvolvimento dos sistemas de informação no SNS, decorrerá durante este ano na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, sendo alargado ao resto do país a partir de 2020, avançou Ricardo Mestre

“A Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano é uma entidade que tem a responsabilidade pela gestão integrada de resposta aos cidadãos, juntando cuidados de saúde primários, cuidados hospitalares, cuidados continuados integrados, e um conjunto de profissionais que estão muito motivados e mobilizados para implementar este projeto piloto”, sublinhou.