O porta-voz da família Reimann, Peter Harf, revelou ao jornal Bild am Sonntag estar um curso um plano para doar 10 milhões de euros a organizações de caridade depois de descobrir o apoio de seus antepassados aos nazis e o uso de trabalho forçado na empresa da família durante a guerra.

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"O patriarca Reimann e o seu filho primogénito foram os culpados. Os dois empresários morreram e deveriam ter sido presos", disse Harf.

Albert Reimann morreu em 1954 e o seu filho em 1984.

A companhia que fundaram, a JAB Holding, é uma grande multinacional que possui marcas que vão desde a Clearasil (cosméticos) até Calgon (limpeza).

Com uma riqueza estimada em 33 bilhões de euros, acredita-se que a família Reimann é a segunda mais rica da Alemanha depois da dona da BMW.

Harf disse que a família começou a investigar sobre o passado na década de 2000 e, em 2014, decidiu contratar um historiador para fazer uma investigação minuciosa sobre os vínculos dos seus antepassados com o nazismo.

A família pretende levar a público um relatório detalhado sobre esta situação quando o livro do historiador Paul Erker da Universidade de Munique estiver terminado, destacou Harf.

Ao citar cartas e documentos de arquivo, o jornal Bild am Sonntag informa que o patriarca da família Reimann foi um doador voluntário da SS (unidade paramilitar de Hitler) desde 1931.

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A empresa foi considerada em 1941 como "crucial" para os esforços de guerra, já que produzia artigos para a Wehrmacht, as forças armadas da Alemanha nazi, e para a indústria de armamento.

Em 1943, a companhia chegou a ter 175 funcionários que exerciam trabalhos forçados e empregava um capataz que era conhecido por tratar de forma cruel os trabalhadores.

Harf, que confirmou as informações divulgadas no referido jornal, disse que não foi feito nenhum tipo de esforço para dar uma compensação aos trabalhadores explorados. "Mas desde então temos falado sobre o que podemos fazer agora", disse. "Queremos fazer mais e doar dez milhões de euros a uma organização adequada".