"A deficiência de interferão tipo 1 no sangue pode ser a assinatura de formas graves de COVID-19", indica o trabalho publicado esta semana na revista americana Science.

Os interferões são proteínas da família das citoquinas produzidas principalmente por células do sistema imunitária em resposta à presença de uma infecção.

Cerca de 5% das pessoas com COVID-19 evoluem para uma forma grave ou crítica, com pneumonia severa que se transforma em síndrome de insuficiência respiratória aguda, em muitos casos entre 9 e 12 dias após os primeiros sintomas leves ou moderados.

Os investigadores acreditam que esse agravamento é causado por um forte aumento de outros tipos de citoquinas, o que faz com que a "resposta inflamatória" do corpo acelere.

Mas até agora os médicos não sabem exatamente que pacientes desenvolverão essa forma grave da doença.

E é "uma questão essencial (...) para melhorar o tratamento individual e o prognóstico desses pacientes", disseram na quinta-feira o Inserm, a Universidade de Paris, o Instituto Imagine, os hospitais de Paris e o Instituto Pasteur.

Os autores do estudo, que são funcionários dos organismos citados, testaram mais de 50 pacientes com diferentes níveis de gravidade.